Cidades

Mulher sobrevive após ser atacada pelo irmão com vários golpes de cano

postado em 27/10/2011 08:32
;Satanás falou que eu tinha de matar alguém para ser salvo.; Essas teriam sido as palavras de Enes Gomes da Silva, 41 anos, ao ser encontrado por vizinhos ontem, por volta das 7h30, após golpear várias vezes a irmã, a dona de casa Elzi Gomes da Silva, 39, com um cano de ferro. Os dois estavam sozinhos na casa dela, na Rua C do bairro Vila Real, no Arapoanga, Planaltina. O marido e o filho da mulher haviam saído bem cedo. Apesar de bastante ferida, Elzi sobreviveu.

O bombeiro André Vaz estava na casa dos pais, ao lado da residência da vítima, quando ouviu os gritos de socorro. Ele e o pai, Antônio Divino da Costa, foram ver o que estava acontecendo e encontraram a porta fechada. Então, pularam o muro e presenciaram a cena: Enes, aparentemente tranquilo, segurava a barra de ferro e dizia ter matado a irmã; e ela estava caída, ensanguentada. André avisou o Corpo de Bombeiros. ;Ela estava consciente, mas desorientada;, relatou André. ;Apesar de não estar agressivo, os olhos dele (Enes) estavam estranhos. Dava para perceber que não estava normal;, disse Antônio.

A vítima foi encaminhada ao Hospital Regional de Planaltina e, posteriormente, ao Hospital de Base do Distrito Federal. ;Ela quebrou um dedo, que foi acertado pelos golpes quando tentou se proteger, e será submetida a exames na cabeça, mas está consciente. Por conta da dor, que era muita, ela está sob os efeitos de medicamentos;, contou o marido dela, José Nilson Fonseca. ;A gente nunca esperava por isso. Ele (Enes) era uma pessoa da nossa confiança. Disse que ouviu uma voz e resolveu segui-la;, afirmou.

Boa relação
Enes é armador da construção civil e mora também no Arapoanga, com a mulher, duas filhas e duas enteadas. Não consta que ele tenha passagens pela polícia. De acordo com conhecidos, o homem teria dito, na segunda-feira, que iria parar de beber. ;Ele bebe muito, mas não perturba ninguém. É um homem bem tranquilo, o conheço há mais de 10 anos;, contou Antônio Divino.

Segundo a nora da vítima, Valéria da Costa, no dia anterior, o acusado teve várias alucinações. ;Ele disse que via ratazanas, que tinha um homem com uma faca preta atrás dele;, contou. ;Ele já teve isso antes, mas, ontem (terça-feira), chegou ao extremo.; Por conta disso, Elzi achou melhor que ele dormisse na casa dela. Segundo Valéria, a relação dos irmãos era muito boa e ele ia sempre visitá-la.

O acusado foi encaminhado à 31; Delegacia de Polícia (Planaltina). Ele responderá pelo crime de tentativa de homicídio qualificado, cuja pena de detenção varia entre 12 e 30 anos. ;Como foi tentativa, ela poderá ser diminuída de um a dois terços. O crime é qualificado pelo motivo torpe, ou seja, repugnante, inaceitável;, explicou o delegado-plantonista Adriano Camargo Patussi. ;Caso seja constatado que ele sofre de alguma doença mental e não tinha capacidade de entender o que estava fazendo, poderá ser aplicada a medida de segurança, que é a internação em hospitais psiquiátricos;, concluiu.

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