Cidades

Registros de ocorrências são impedidos com paralisação da Polícia Civil

postado em 29/10/2011 08:00
No segundo dia de greve dos policiais civis do Distrito Federal, que teve início às 18h de quinta-feira, quem precisou registrar ocorrência voltou para casa sem resolver o problema. Durante a suspensão das atividades, sem previsão para acabar, cerca de 30% dos 5,2 mil servidores do DF atenderão apenas casos de crimes hediondos, como homicídio e estupro. Situações de menor potencial ofensivo, como furtos e extravios, poderão ser registradas no site da Polícia Civil.

Poucos minutos depois de ter tido o celular furtado em um restaurante na CSB 5, em Taguatinga, ontem à tarde, a aposentada Isabel Bezerra Lourenço, 61 anos, tentou registrar o crime na 17; Delegacia de Polícia (Taguatinga). Lá, teve uma surpresa ao encontrar cartazes que anunciavam a decisão da categoria. Ao entrar na unidade, ela ouviu dos agentes que só seria possível fazer a denúncia após o fim da greve. ;Eu não sabia que eles estavam parados. Até acho que seja um direito deles, porque eles arriscam a vida demais por nós, mas isso atrapalha muito a sociedade;, afirmou.

Até que a paralisação termine, o roubo praticado na casa do comerciante Márcio Barbosa da Cruz, 33 anos, não será investigado. Ele tentou registrar o crime na 32; Delegacia de Polícia (Samambaia), mas não conseguiu. ;Tive vários objetos levados da minha residência na semana passada e até agora não consegui acionar a Polícia Civil para a perícia. Essa greve atrapalha demais a vida da população. É complicado ter que ficar dependendo somente desses policiais;, reclamou.

Impasse
O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), Luciano Marinho, afirmou que a greve foi decretada após o GDF aceitar apenas reivindicações secundárias, no entendimento da categoria. ;Das cinco que pedimos (restruturação da carreira, reposição salarial de 13%, pagamento de passivos financeiros, decreto de progressão e plano de saúde subsidiado), apenas duas, que não
eram as mais importantes, foram atendidas;, informou.

Segundo a Secretaria de Administração Pública, na sexta-feira da semana passada, o GDF anunciou que duas propostas ; o pagamento passivo financeiro e o decreto de progressão ; seriam levadas em conta. ;Mas como eles não as aceitaram, o GDF retirou as propostas;, informou a pasta, por meio da assessoria de imprensa. Uma nova assembleia dos policiais civis está prevista para a próxima quinta-feira.

Volta ao trabalho
Os agentes de atividades penitenciárias, em greve desde 6 de outubro, voltam ao trabalho a partir de segunda-feira. A categoria tomou a decisão em assembleia ocorrida ontem, em frente ao Palácio do Buriti. De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do DF (Sindpen-DF), Leandro Allan, o retorno foi decidido após o GDF assumir o compromisso de apresentar uma proposta até 16 de janeiro. ;Uma nova assembleia vai ser realizada em 17 de janeiro. O GDF prometeu apresentar uma proposta assim que tiver o balanço de todas as finanças;, explicou.

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