Os fazendeiros do Distrito Federal que criam bovinos e bubalinos devem vacinar os animais contra a febre aftosa a partir desta terça-feira (1;/11). Somente os animais com idade inferior a dois anos podem ser imunizados. Esta é a segunda etapa da campanha que começou em maio deste ano. De acordo com a Secretaria de Agricultura do DF (Seagri), o último caso da doença registrado na região foi em 1993. Já no Brasil, o registro mais recente é de 2005. A estimativa da pasta é que mais de 45 mil animais sejam vacinados. A campanha segue até o dia 30 deste mês. O prazo não deve ser prorrogado.
De acordo com a médica veterinária do Núcleo de Coordenação de Febre Aftosa da secretaria, Marisa Araújo, os animais com a doença não oferecem risco à saúde pública. "Exames clínicos constatam aftas na boca dos animais e na língua. Eles passam a salivar muito e mancam. Por terem dificuldade de comer, emagrecem progressivamente. A população não corre riscos", afirma a médica.
A Secretaria de Agricultura informou que na primeira etapa, realizada em maio, todos os animais precisaram ser imunizados. Além disso, só poderão receber a vacina os bovinos que tomaram a primeira dose corretamente.
Os índices de vacinação chegaram a 100% entre as 2.840 propriedades rurais registradas no Distrito Federal, que são acompanhadas pelo serviço de Defesa Agropecuária. Para tirar dúvidas, o produtor rural pode ligar no telefone da Defesa Agropecuária, que é o (61) 3340-3862.
Produtores
De acordo com a Seagri, os produtores rurais recebem em casa uma carta avisando-os sobre a vacinação. Eles devem preencher um formulário com as informações sobre os animais criados. A imunização fica por conta do criador. De acordo com Marisa Araújo, tanto o custeio quanto a responsabilidade pela ação é dos produtores. No entanto, existem casos em que a imunização é acompanhada por fiscais. "Isso acontece quando as fazendas apresentam riscos de contaminação para os animais, como aquelas que ficam próximas a abatedouros e estradas", completa a veterinária.
Os produtores têm até o dia 30 para comprar as vacinas e imunizar o rebanho. No entanto, o prazo para entrega das declarações termina no dia 15 de dezembro. Os documentos devem ser deixados nas lojas onde o medicamento é adquirido, ou nas bases operacionais da secretaria, localizados em Planaltina, Sobradinho, Gama, Núcleo Rural Rio Preto, Brazlândia e Asa Norte (Plano Piloto).
Até os criadores de bovinos e bubalinos que não possuem animais com idade inferior a dois anos devem declarar a situação atual do rebanho.
Vacinas
As doses custam em média R$ 1,50, são vendidas em lojas agropecuárias autorizadas ou nos escritórios da Seagri. No mês da campanha, o criador deve informar corretamente a quantidade e idade dos animais a serem vacinados.
Doença
A febre aftosa é transmitida principalmente pelo contato entre animais doentes e saudáveis. No entanto, o vírus também pode ser transportado pela água, ar, alimentos, pássaros e pessoas (mãos, roupas e calçados) que entraram em contato com os animais doentes.
O surgimento da doença provoca uma série de embargos à exportação de animais, de carne fresca e de produtos derivados, pois prejudica o padrão sanitário dos alimentos de origem animal exigido nos acordos de comércio internacional.
Irregularidades
Os criadores de bovinos e bubalinos que não imunizarem o rebanho contra a febre aftosa devem regularizar a situação junto à secretaria. Eles devem comparecer à sede ou às bases operacionais da pasta para retirar a autorização para compra de vacina e emissão do boleto para pagamento da multa, que é de R$ 1,25 por animal.
A regularização é efetivada somente após a apresentação da nota fiscal de compra da vacina e do comprovante de pagamento da multa na Seagri. Enquanto não vacinar os animais, o produtor não terá permissão para transitar com o rebanho e comercializar produtos ligados à criação. Aqueles que não comparecerem para regularizar a situação serão notificados.
Brasil
A campanha também é realizada em 25 Estados. Somente Santa Catarina não realizará etapas de vacinação. Marisa Araújo explica que cada unidade da federação estipula uma maneira de imunização. "Por exemplo há Estados [Mato Grosso] que fazem uma vez por ano, há aqueles que realizam a campanha duas vezes [DF] e Santa Catarina que não faz, pois não precisa", completa. As etapas, portanto, variam de região para região.