postado em 04/11/2011 13:41
Conseguir tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e saber dirigir um veículo pode parecer fácil para alguns e difícil para outros. No entanto, todos sabem que a falta de atenção e cuidado ao volante colocam em risco as vidas não só das pessoas que o ocupam o carro, mas das outras que circulam pela mesma via. Somente no Distrito Federal, em 2010, 548 pessoas morreram em acidentes de trânsito, informa o Ministério da Saúde. Em todo o Brasil, 40.610 pessoas faleceram ano passado após acidentes. Deste total, 25% dos casos envolveram motocicletas. No DF, 121 motociclistas morreram envolvidos em colisões em 2010. Os dados foram divulgados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do ministério. No Sistema Único de Saúde (SUS), 145 mil internações foram registradas por causa de batidas entre automóveis.
Em nota, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o Brasil como o quinto lugar no raking de países com o maior número de ocorrências de acidentes de trânsito. "Estamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia", informou Padilha na nota. Por unanimidade, a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na última quinta-feira (3/11) que o motorista que dirigir alcoolizado estará cometendo crime, mesmo que não cause danos a outras pessoas.
De acordo com o SIM, informa o ministério, entre 2002 e 2010 o número de mortes no Brasil por causa de acidentes de trânsito cresceu cerca de 24%. Neste período, o índice subiu de 32.753 há nove anos para 46.610 ano passado. Ainda neste intervalo de oito anos, a região Norte foi a que teve o maior percentual por morte em acidentes (53%), seguida do Nordeste (48%) e das regiões Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).
O Ministério da Saúde informou que houve uma redução de 30% no número de pessoas flagradas dirigindo sob efeito de bebidas alcoólicas nas regiões onde a fiscalização foi considerada mais intensa. Em nota, a pasta afirma que apoia projetos que tramitam no Congresso Nacional que aumentam a pena de motoristas que sejam identificados alcoolizados.
Saúde Pública
O SUS possui um conjunto de ações para a prevenção de acidentes, violências e fatores de risco. Para as medidas serem colocadas em prática, os ministérios da Saúde e das Cidades assinaram, em maio, o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito.
A meta, segundo o Ministério da Saúde, é estabilizar e reduzir o número de mortes em acidentes de trânsito nos próximos dez anos, como a implantação do Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020, recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela OMS. Além disso, há também o Projeto Vida no Trânsito, lançado em junho de 2010. "O principal objetivo é reduzir lesões e óbitos no trânsito em municípios selecionados por uma comissão interministerial. No início do projeto, as cidades escolhidas foram Teresina [PI] Palmas [TO], Campo Grande [MS], Belo Horizonte [MG] e Curitiba [PR]", informou a pasta. Esta medida tem duas etapas. A primeira segue até 2012. As cidades devem desenvolver experiência na prevenção de mortes provocadas pelo trânsito e que possam ser aplicadas em outras cidades do país.
Internações
Em 2010, foram registradas 145 mil internações no Sistema Único de Saúde por causa de acidentes no trânsito, cerca de 15% a mais que o número observado em 2009. O índice, segundo o ministério, representou um investimento de R$ 190 milhões em procedimentos específicos no SUS. Neste período, o aumento no número de mortes subiu 8%.
Confira a tabela que apresenta o número total de óbitos por acidentes no trânsito entre 2002 e 2010:
Ano - Número de mortes
2002 - 519
2003 - 587
2004 - 505
2005 - 527
2006 - 471
2007 - 555
2008 - 527
2009 - 520
2010 - 548