postado em 05/11/2011 08:21
Após o conflito que levou 13 manifestantes à delegacia na manhã da última quinta-feira, o clima no Setor Noroeste se manteve tranquilo durante o dia de ontem. Pela manhã, funcionários das empresas Brasal e João Fortes tentaram fazer escavações na área, mas foram impedidos por representantes do grupo, que apresentaram uma decisão judicial afirmando que somente a Emplavi tem autorização para seguir com os trabalhos. Policiais militares mediaram o diálogo entre construtoras e ativistas, que, por fim, decidiram deixar o local. À tarde, oficiais que comandam a operação de segurança e advogados das empresas se reuniram com juízes da 2; Vara de Fazenda.
Na noite da última quinta-feira, decisão da desembargadora Selene Maria de Almeida ressaltou que a Emplavi pode construir no terreno demarcado como santuário indígena. As outras duas construtoras não foram citadas pela magistrada e, por isso, os manifestantes querem impedir a continuação das obras. A desembargadora destinou 4,18 hectares do terreno aos índios, mas o grupo exige 50ha. Oito famílias das tribos indígenas Kariri Xocó e Tuxá já concordaram em ser transferidas para a Reserva do Bananal, mas um grupo da etnia Fulni-ô permanece no local e diz não estar disposto a negociar.
Por meio de nota, a Brasal Incorporações informou que a decisão ;não trouxe prejuízo ao direito de propriedade e de posse em relação ao empreendimento Reserva Especial, localizado na Quadra 108 do Setor Noroeste;.
Apesar do clima menos tenso no Setor Noroeste ontem, 130 policiais militares se revezaram no canteiro de obras para garantir que os 40 manifestantes não atrapalhassem o trabalho na área. ;Estamos aqui para manter a ordem. Mas não temos poder contra os índios, que devem ser fiscalizados pela Funai e pela Polícia Federal;, informou o coronel Cleber Lacerda. No encontro na 2; Vara de Fazenda, segundo a Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade) da Polícia Militar, os magistrados destacaram o interesse em reunir, na próxima semana, todos os envolvidos nos confrontos para tentar um acordo. Enquanto isso, apenas a Emplavi tem assegurado o direito de reintegração de posse e pode continuar as obras.