postado em 05/11/2011 08:24
O encantamento é renovado a cada ambiente. Quando o visitante pensa que já viu tudo, se surpreende ainda mais. A quinta edição da Morar Mais por Menos, com o consolidado conceito ;o chique que cabe no bolso;, encontrou terreno fértil em Brasília. A um mês do encerramento, a mostra de arquitetura e decoração que alia muito bom gosto e preços acessíveis virou febre entre os brasilienses. Há quem passe horas ziguezagueando pelos três andares da Casa do Candango, o palco da criatividade, e ainda volte em outros dias para apreciar um pouco mais os projetos.
A organização previu um público de 20 mil pessoas até 4 de dezembro, quando o evento chegará ao fim. Mas, pelo movimento verificado, a estimativa será facilmente superada. O espaço está bombando, como dizem os jovens, principalmente aos fins de semana. De terça a sexta-feira, tem gente na fila antes da abertura dos portões, ao meio-dia. No fim de tarde, o movimento aumenta, assim como nas noites de quarta-feira, quando há música ao vivo no salão de eventos. Casais, crianças, jovens: o Morar Mais se transformou em programa de família.
Correalizada pelo Correio e organizada pela Agência Fato, a mostra atrai profissionais da área, curiosos, apaixonados por arte e pessoas ávidas por ideias simples e ao mesmo tempo sofisticadas para dar um toque novo à própria casa. Os elogios saem sem muito esforço. A mostra é de encher os olhos. ;Está tão aconchegante que as pessoas estão comentando com as outras e atraindo ainda mais gente. Todo mundo sai daqui feliz;, comenta o organizador da quinta edição do Morar Mais por Menos, Willian Brandão, que não arreda o pé da recepção.
Na entrada de cada ambiente, o visitante recebe explicações objetivas sobre os projetos. Nas paredes, uma placa informa os preços dos itens e os nomes dos fornecedores. Quem quiser ter em casa os produtos expostos pode fazer reservas. Basta os interessados preencherem um papel e o depositarem em urnas espalhadas pelo prédio. Em 2010, a mostra movimentou mais de R$ 3 milhões, valor que deve ser superado este ano. Para baixar os custos e tornar os projetos acessíveis ao público geral, arquitetos abusaram da inovação e do conceito de sustentabilidade.
Ambientes
A psicóloga Cesira Jardim, 49 anos, entusiasmou-se com o apartamento pensado especialmente para músicos. Os dois filhos dela têm uma banda de rock. ;Adorei essas capas de discos de vinil na parede. Vou copiar a ideia;, disse Cesira, que ensaiou umas notas no violão ao posar para as fotos. ;Os ambientes são lindos e você se sente em casa. É uma mostra humana, bem pé no chão;, completou. O quarto de música faz uma homenagem a Renato Russo.
Prestes a concluir o curso de publicidade, o estudante Ricardo Souza, 22 anos, soube da mostra pelo jornal e convidou a mãe, a médica Maria das Graças, 63, para ver de perto os ambientes. A família está de mudança e decidiu buscar inspiração no evento. ;Está tudo muito bacana;, opinou ele. ;Esta cozinha está linda;, emendou a mãe. De acordo com levantamento feito pela própria organização, 45% dos frequentadores têm entre 18 e 25 anos. Em segundo lugar, está o público de 25 a 50, que corresponde a 35% do total.
O prédio da Casa do Candango, erguido em 1961, estava abandonado havia 10 anos. Foi completamente restaurado ao longo de dois meses para abrigar a mostra Morar Mais por Menos. Todas as melhorias serão mantidas, e parte da bilheteria arrecadada nos 40 dias de evento será doada à entidade, presidida pela embaixatriz Lúcia Flecha de Lima. Até lá, o espaço continuará recebendo os visitantes. ;O retorno está sendo fantástico;, disse uma das organizadoras, Natanry Dias, antes de destacar a programação cultural do evento, que tem apresentações de música.
Benfeitorias
Entre as melhorias, está a reforma completa dos banheiros públicos ; masculino, feminino e para deficientes;, que ficarão de ;herança; para a Casa do Candango. As paredes dos novos espaços trazem desenhos feitos pelo grupo do programa Picasso
não Pichava.
Não perca
A quinta edição do Morar Mais por Menos segue até 4 de dezembro, na Casa do Candango, na 603 Sul. A entrada é pela L2. De terça a sexta-feira, o espaço fica aberto ao público das 12h às 22h. Aos sábados, domingos e feriados, o horário de fechamento é às 23h. A mostra não funciona às segundas-feiras. Os ingressos são vendidos no local por R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). O passaporte que dá direito a visitas durante todo o evento custa R$ 60. Outras informações pelo telefone 3242-4789 ou pelo e-mail brasilia@morarmais.com.br.