postado em 10/11/2011 06:28
Até o fim do ano, a Secretaria de Segurança Pública instalará câmeras para reforçar o policiamento na capital do país. Os equipamentos serão colocados nos setores comerciais, bancários e hoteleiros Sul e Norte, além das áreas centrais de Taguatinga e de Ceilândia. A medida é uma continuidade da Operação Marco Zero. Ao todo, entre 18 e 20 aparelhos ficarão nos locais com maior incidência de crimes, em lugares estratégicos. O Governo do Distrito Federal (GDF) liberou R$ 790 mil para a aquisição das câmeras, que estão em fase de compra. O monitoramento das imagens será feito pela Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade).A Secretaria de Segurança Pública também aumentou o policiamento no local, onde 340 homens atuam hoje na região. Com a Operação Marco Zero, que teve início em 5 de setembro, mais de 100 traficantes acabaram presos. Levantamento do órgão apontam uma diminuição da criminalidade na área central de Brasília entre janeiro e setembro de 2011, em comparação ao mesmo período de 2010 (leia quadro).
Segundo o subsecretário de Operações, Joosiel de Melo Freire, dados preliminares apontam uma redução de 13%. ;Ainda estamos consolidando o trabalho, mas, de uma maneira geral, temos tido resultados positivos;, disse. O coronel adiantou que a ação será levada a outras cidades. ;Atingimos 50% das nossas metas, que são reduzir a criminalidade, revitalizar os espaços públicos, colocar mais iluminação, entre outros;, explicou.
O auxiliar administrativo José Raimundo dos Santos Vidal, 34 anos, morador do Gama, trabalha na Quadra 1 do Setor Comercial Sul. ;Temos visto mais policiais na rua, mas acredito que ainda não é suficiente. Também não notei tanta diferença na violência;, alertou. Para ele, a instalação de câmeras na região pode ajudar a diminuir a bandidagem, mas somente a presença constante de militares nas ruas poderá apresentar melhores resultados. ;Elas servirão para auxiliar o trabalho dos policiais;, sugeriu.
Auxílio
A assistente administrativo Ayla Sartório, 32 anos, moradora do Núcleo Bandeirante, vai com frequência ao Setor Comercial Norte a trabalho. ;Me sinto muito insegura, porque percebo pessoas me olhando de um jeito diferente, reparando na minha bolsa. Acho essa ideia bastante interessante, porque é uma região com grande circulação de pessoas;, disse.
A coordenadora do curso de segurança pública da Universidade Católica de Brasília (UCB), Marcelle Figueira, enfatizou que o uso das câmeras só funcionará se elas servirem para auxiliar o serviço policial e dar maior agilidade ao policiamento ostensivo. ;Elas não servem para inibir. Só dará certo se um profissional qualificado tiver acesso rápido ao policial para informar da ocorrência. Se não, funcionará somente como gravadora;, disse a especialista.
Em queda
Quantidade de crimes entre janeiro e setembro na área central de Brasília:
Periodo 2010 - 2011
Crimes contra a pessoa - 109 - 105
Furto de veículos - 294 - 222
Roubo a comércio - 89 - 83
Porte de arma - 4 - 3
Apreensões por tráfico de drogas - 75 - 87
Apreensões por uso e porte de drogas - 207 - 249