postado em 17/11/2011 10:16
Começou, por volta das 10h dessa quinta-feira (17/11) no Tribunal do Júri de Brasília a quarta audiência sobre o caso Villela. A expectativa é que hoje sejam ouvidas oito testemunhas de defesa. O primeiro a depor é o advogado Pedro Gordilho, amigo pessoal do casal assassinado.O clima começou tenso. Gordilho se recusou a falar na presença dos réus, Leonardo Alves, ex-porteiro do bloco onde ocorreu o triplo assassinato; Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo; e Francisco Mairlon Barros Aguiar, comparsa de Leonardo e Paulo. O juiz perguntou a razão e ele respondeu que não queria falar olhando para os assassinos de seus amigos.
No entanto, o advogado de defesa dos réus fez a consideração e argumentou dizendo que os três tinham o direito de acompanhar o depoimento e se isso não acontecesse iria impugnar a realização da oitiva. O advogado disse ainda que pela presunção da inocência, os réus não poderiam ser chamados de assassinos. O juiz chegou a dar a Gordilho a oportunidade de ser ouvido por vídeo conferência, mas após o argumento da defensa, a testemunha mudou de idéia e resolveu falar.
Pedro Gordilho disse que conhece Maria Carvalho Mendes Villela desde a década de 50. Eles era amigos de infância e Maria costumava frequentar a sua casa. A testemunha contou que nunca, durante todos esses anos de amizade, ouviu a vítima fazer algum tipo de reclamação da filha Adriana Villela, acusada de ser a mandante do triplo assassinato. Segundo ele, os Villelas eram muito discretos em suas relações e poucas vezes viu o casal abrir o coração para fazer queixas da vida ou dos filhos.
Gordilho foi questionado sobre o depoimento de um funcionário dos Villelas, que afirmou que Adriana e a mãe brigavam muito. A pergunta era se ele acreditava que esse funcionário poderia ser também uma espécie de confidente de Maria. "Embora tenha vivido tantos anos de amizade com o casal, nunca ouvi uma confidência de Maria. Acho irresponsável a declaração desse funcionário e acho inadmissível que ela tenha confidenciado alguma coisa a um pintor de paredes", rebateu a testemunha.
Gordilho retrucou também as informações prestadas pela delegada Mabel de Faria, que na época do crime estava à frente da Corvida, a Coordenação de Investigação de Crimes contra a Vida. Em depoimento Mabel relatou que Adriana era inimiga dos pais. Gordilho, por outro lado, informou que a arquiteta e os pais eram amigos e que o casal acompanhava e valorizava cada conquista dafiolha. "Tenho absoluta certeza que Adriana é 100% do bem. E esse tipo de pessoa não pratica crime, muito menos contra os próprios pais", defendeu.