postado em 17/11/2011 11:15
Os três suspeitos de terem assassinado o delegado aposentado da Polícia Federal Hélio Romão Damaso, 75 anos, vão chegar a Brasília na tarde de hoje. Os criminosos foram presos por investigadores da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) na noite de ontem. Dois deles estavam no Maranhão e o outro em Goiânia. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Anderson Espíndola, a previsão é de que os acusados sejam apresentados durante entrevista coletiva às 16h, no auditório do Departamento de Polícia Especializada (DPE). O ex-superintendente da PF na Bahia estava desaparecido desde o último domingo, quando saiu de casa, na Asa Sul, para ir em um shopping. Agentes da 1; DP, no entanto, informaram que não existe nenhuma imagem de Hélio em um dos centros comerciais do DF. A caminhonete Toyota Hilux da vítima foi encontrada na manhã da última terça-feira, em Goiânia. De acordo com policiais, a intenção dos criminosos era levar o veículo para o Maranhão, mas o carro apresentou defeitos e, por isso, decidiram abandoná-lo.
Morte confirmada
O corpo do delegado foi localizado na última segunda-feira, no quilômetro 9 da BR-060. A identificação, porém, aconteceu apenas ontem, no Instituto Médico Legal. O laudo do IML aponta traumatismo craniano resultante, provavelmente, de pauladas. A linha de investigação mais forte é de latrocínio (roubo seguido de morte). Dois amigos e um cunhado do delegado federal estiveram ontem no IML para adiantar a liberação do corpo. Eles informaram à reportagem que policiais militares localizaram Hélio a 25 metros da rodovia que liga Brasília a Goiânia, na última segunda-feira. "Ele foi trazido para o IML, pois não sabiam quem era. Só hoje (ontem) foi feito o reconhecimento", informou um dos amigos.
Segundo Anderson Espíndola, Hélio saiu de casa no último domingo, por volta das 14h, e informou à família que iria em um shopping. "Pegamos as imagens dos estabelecimentos, mas ele não aparece em nenhuma delas", disse o delegado Espíndola. Como o aposentado não retornou para casa, os familiares registraram uma ocorrência de desaparecimento pela internet, na madrugada de segunda-feira. Logo depois, de acordo com o delegado, a polícia fez um registro de roubo do veículo. "Fazendo isso, o registro pode ser visto em todo o território nacional. Por isso, quando a PM de Goiânia localizou o carro, fomos logo contatados", explica o responsável pelas investigações. Os policiais informaram que o delegado não estava armado, mas portava a carteira funcional.
A primeira perícia foi realizada por investigadores do DF ainda em Goiânia. A Hylux passou por uma segunda avaliação complementar no Instituto de Criminalística do DF. "Foram usados reagentes para colher mais digitais e possíveis manchas de sangue", explicou Espíndola. Investigadores da 1; DP ouviram, na manhã de terça-feira, frentistas do posto de combustíveis onde a Hylux do delegado federal foi abandonada. Os funcionários do estabelecimento informaram aos agentes que os dois suspeitos aparentavam ter cerca de 20 anos e estacionaram o carro após um problema na roda.
Familiares do ex-superintendente da PF preferiram não dar entrevista. No prédio onde a vítima morava, na Asa Sul, o clima era de tristeza. Um dos funcionários do residencial informou que o delegado era uma pessoa séria, mas muito simpática. "Ele ficava muito na fazenda que a família tem em Goiás. Geralmente vinha passar apenas o fim de semana aqui. É muito triste", lamentou um empregado, que preferiu não se identificar. Hélio Damaso era carioca e estava em Brasília havia cerca de 40 anos.