Em reunião com secretários da administração local, o governador Agnelo Queiroz (PT) anunciou metas para 2012 e cobrou da equipe empenho para terminar este ano com um saldo positivo de ações. Entre as medidas listadas, o governo se comprometeu a iniciar, imediatamente, a construção de malha cicloviária de 200 quilômetros, a acelerar a concessão de alvarás e a encaminhar o tratamento do lixo, tirando do caminho os entraves jurídicos que envolvem o serviço de terceirização de limpeza de urbana.
Em quase três horas de reunião, Agnelo ouviu um breve relato dos secretários de governo e presidentes de empresas sobre projetos oficiais em andamento. Depois, o governador apontou as prioridades e, apesar de faltarem apenas 40 dias para o fim do ano, cobrou da equipe resultados a curto prazo. ;Herdamos uma estrutura podre, que estava carcomida. Nessa ruptura radical, ganhamos muitos adversários. Não podemos nos deixar enfraquecer agora. Isso seria trair a confiança da população que nos elegeu. A nossa melhor resposta é o trabalho;, disse à equipe, que se reuniu na Residência Oficial de Águas Claras.
O GDF pretende investir R$ 122 milhões da Companhia Urbanizadora da Capital (Terracap) na construção de 200 quilômetros de ciclovias. Ficou estabelecido que as pistas exclusivas para o tráfego de bicicletas estejam prontas até 2012. Outra prioridade é resolver, de uma vez por todas, as pendências jurídicas que envolvem o tratamento do lixo na cidade. Agnelo chegou a dizer que a questão será pacificada nem que, para isso, o GDF retome a gestão do setor. Uma das providências é a desativação do lixão da Estrutural e a construção de um aterro de Samambaia.
O governador acredita que a concessão de alvarás pelas administrações regionais pode avançar ainda este ano. Ele convocou uma reunião com os gestores para tratar especificamente desse assunto.
Relação com distritais
Os secretários do GDF também ouviram recomendações na relação com o Legislativo. A orientação do Executivo é agilizar o andamento dos projetos e evitar a tramitação nas últimas semanas de trabalho dos deputados distritais, quando a pauta na Câmara costuma ficar congestionada.
Dois temas, na avaliação do governo, terão de passar pelo crivo dos deputados. Um deles é a Lei de Incentivo à Cultura, uma forma de captar na iniciativa privada recursos para o setor sem precisar retirar verbas do orçamento para outras áreas prioritárias, como saúde e educação. Seria uma espécie de Lei Rouanet local. O segundo é a elaboração de uma nova lei sobre participação de organizações não governamentais na gestão do GDF. O governo acredita que precisa haver paridade de critérios entre o sistema federal e o local, que, segundo avaliação oficial, é muito restritivo.
Para conseguir financiamentos internacionais e do governo federal, o Executivo pretende limpar o nome no cadastro de inadimplentes da União. Por falta de prestação de contas, há meses o GDF está impedido de receber recursos. Em tom incisivo, Agnelo disse, em meio à reunião, que vai entrar na Justiça contra os ex-administradores responsáveis pela restrição de crédito.