Adriana Bernardes
postado em 24/11/2011 06:07
Meio século depois de ser projetada para privilegiar a mobilidade sobre quatro rodas, Brasília para diante de qualquer incidente. Os nós no trânsito aparecem se o tempo está chuvoso. Diante de um acidente ; independentemente da gravidade ;, é congestionamento na certa. Em dias de protesto, então, haja paciência. Ontem, tudo isso aconteceu em momentos diferentes do dia e dificultou a vida do motorista, deixando claro que o projeto viário se esgotou. Para piorar, a frota da capital do país aparece entre as que mais crescem no Brasil. Há hoje 1,3 milhão de veículos em circulação.A indignação com a falta de transporte público decente, por exemplo, motivou alguns moradores de Planaltina a bloquearem a BR-020. Quem seguia rumo ao Plano Piloto ontem pela manhã ficou parado em um congestionamento de cerca de 5km, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A rodovia foi liberada por volta das 12h. Na Esplanada dos Ministérios, uma manifestação contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, também atrapalhou o tráfego.
Com a ajuda do Departamento de Trânsito (Detran) ; os dados foram levantados pela equipe de helicóptero do órgão ;, o Correio mapeou 10 locais considerados críticos. De modo geral, os gargalos ocorrem em razão do alto fluxo de veículos e acabam agravados por acidentes e pela chuva. Em alguns pontos, como no Viaduto Israel Pinheiro, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), a pista alaga e inviabiliza a passagem de veículos.
Em situação normal, o trânsito no DF também apresenta lentidão ou retenção, nomes técnicos para congestionamento. Na manhã de ontem, o motorista que seguia pela BR-040, na altura de Santa Maria, dirigia a 30km/h, em média, segundo a PRF. Um acidente com quatro veículos também deixou o trânsito lento na BR-070, na divisa do DF com Águas Lindas (GO). Após o motorista de uma Parati capotar e ficar no canteiro central da rodovia, dois carros pararam para prestar socorro, um Fiorino e um Palio Weekend. Um caminhoneiro não conseguiu frear e atingiu os veículos. Três pessoas ficaram feridas.
Imprudência
Acostumado a lidar com o trânsito diariamente, o taxista Fábio Ribas, 30 anos, conta que a chuva aumenta a imprudência de alguns condutores. Segundo ele, as pessoas não respeitam o espaço de segurança entre os veículos e não conseguem frear a tempo de evitar uma colisão. ;Já bateram três vezes na traseira do meu carro. Duas delas, em dia de chuva. Na última, um ônibus em alta velocidade colidiu com o meu carro enquanto eu estava parado no semáforo;, declarou Ribas.
Colaborou Ariadne Sakkis