postado em 24/11/2011 07:59
O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) passou a integrar a rede de atendimento do programa S.O.S. Emergências, lançado no início do mês pelo governo federal. Na tarde de ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o governador Agnelo Queiroz (PT) visitaram a unidade e assinaram o termo de adesão da unidade ao projeto.O HBDF atende, somente na emergência, mais de 16 mil pessoas por mês. Oficialmente, conta com 94 leitos, mas chega a ter 200 vagas improvisadas. ;Não deixamos de atender os pacientes que chegam aqui. Por isso, ocorre de ter pessoas em macas nos corredores;, explicou um funcionário do hospital que preferiu não se identificar. A direção do centro reconhece que trabalha além da capacidade. E é justamente para melhorar situações como essas que o programa foi criado.
;Estamos atacando um dos problemas em que o nosso atendimento passa por mais dificuldades hoje no Brasil;, explicou o ministro Alexandre Padilha. Ele destacou que os principais objetivos da ação são a humanização e a melhoria do serviço prestado nos hospitais que atendem pacientes quando eles vivem momentos de grande tensão. ;A urgência é um ponto crucial;, resumiu.
O HBDF é quinto hospital público a integrar o programa. Na lista do Ministério da Saúde, estão as 11 maiores unidades que trabalham com urgências e emergências. A previsão total de investimentos do programa é de R$ 18 bilhões até 2014, quando o SOS Emergências vai chegar a 40 unidades de saúde brasileiras.
A previsão de repasse a cada umdos centros é de R$ 3,6 milhões por ano, dinheiro que virá dos cofres da União, para custear a ampliação e a qualificação da assistência da emergência. Outros R$ 3 milhões estarão disponíveis para investimento em melhorias na infraestrutura e na aquisição de equipamentos. Com relação ao HBDF, o repasse é, inclusive, maior do que o valor recebido atualmente do governo federal, que é de R$ 582 mil a cada dois meses. ;Será um reforço importante para melhorar ainda mais os serviços prestados;, resumiu Agnelo Queiroz.
O governador lembrou que a unidade é referência regional e destacou a importância de reduzir o atendimento a doentes de outras unidades da Federação. ;Se recebêssemos apenas os pacientes do Distrito Federal, isso aqui seria uma maravilha. Mas, aqui, chegam muitas pessoas de outras localidades.;
Além do investimento direto na própria unidade de emergência, a iniciativa prevê a criação do que o ministro Alexandre Padilha chama de unidades de retaguarda. ;Precisamos identificar quais unidades podem servir de suporte, e transferir para lá os pacientes que já não estão em situação de urgência. Temos que tirar essas pessoas dos corredores e combater a baixa qualidade do atendimento;, acrescenta o ministro.
Na visita de ontem, o ministro fez uma vistoria nas ações que estão sendo feitas no Hospital de Base Outras visitas técnicas ocorrerão de surpresa, conforme adiantou Alexandre Padilha. Assim que os repasses começarem a ser feitos, o Ministério da Saúde pretende verificar de que maneira serão aplicados.
Uma das novidades no programa é uma parceria com sete unidades particulares de referência, que darão suporte técnico. Por meio de uma teleconsultoria, os hospitais públicos vão usar a ferramenta de comunicação à distância para ter uma segunda opinião médica e discutir casos com uma equipe multiprofissional. A unidade que dará suporte ao HBDF é o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS).
Exigências
As exigências para a entrada de hospitais no S.O.S. Emergências são: ser unidade regional de atendimento de emergências, possuir mais de 100 leitos e ter indicação da secretaria estadual de Saúde como prioridade em urgências. O Governo do Distrito Federal tem a intenção de incluir mais centros no grupo de 40 que serão beneficiados pelo programa até 2014. Já estão na fila para aprovação as unidades de emergência dos hospitais de Sobradinho, de Taguatinga e do Gama. O secretário de Saúde, Rafael Barbosa, lembra que algumas regionais chegam a atender mais de 40% de pacientes de cidades do Entorno.
Auxílio federal
; O programa do Ministério da Saúde prevê repasses a unidades de urgência com o objetivo de melhorar o atendimento em todo o país.
; O que é: ação desenvolvida por meio de parceria entre União, unidades da Federação e municípios
; Direcionado para: hospitais de referência na rede pública no atendimento de urgência
; Onde foi iniciado: no Hospital de Base do Distrito Federal e em mais 10 unidades de saúde do Brasil
; Recursos: o governo federal fará repasses anuais de R$ 3,6 milhões a cada unidade. Além disso, serão liberados mais R$ 3 milhões para investimentos na melhoria da estrutura e em equipamentos
; Objetivos: aprimorar a qualidade dos serviços por meio da redução da superlotação, das filas e do tempo de permanência nos pronto-socorros. A ideia é humanizar o atendimento
; Parceria: sete unidades particulares de emergência servirão como suporte técnico aos hospitais públicos. A parceira do HBDF será o Moinho dos Ventos (RS)