postado em 30/11/2011 08:00
Boas oportunidades de emprego, ausência de desastres naturais, um bom lugar para criar os filhos. Essas são algumas das características que colocam Brasília no primeiro lugar entre as capitais brasileiras no ranking que avalia a qualidade de vida de estrangeiros que optam por trabalhar no Brasil. Em pesquisa divulgada ontem pela consultoria internacional em recursos humanos Mercer, a cidade aparece na 101; colocação em uma lista com 221 metrópoles de todo o mundo. O Rio de Janeiro ficou com a 114; posição, e São Paulo, com a 116;. Os resultados são melhores do que os conquistados em 2010. Brasília, por exemplo, saltou três posições. Já as outras duas capitais galgaram dois postos cada. Para concluir o estudo, foram analisados 39 fatores, agrupados em 10 categorias, como ambiente político, social e econômico; saúde e vigilância sanitária; educação; serviços e transporte.Os quesitos mais relevantes para que o Distrito Federal ultrapassasse SP e RJ foram: segurança, qualidade do trânsito e estrutura na área de Saúde. Como todas as pessoas que responderam a pesquisa trabalham em multinacionais, com funções específicas e bons salários, elas consideram a locomoção em Brasília melhor do que nas outras duas capitais brasileiras. ;É uma análise de quem possui carro e pode pagar para ser atendido em hospitais particulares. A segurança também é um fator que pesa no resultado da pesquisa, o que elevou o patamar de Brasília;, ressalta o presidente da Mercer no Brasil, Alberto Mondelli.
Criminalidade
Em relação à segurança pessoal, mais uma vez, a capital da República sai na frente. É a primeira cidade brasileira quando são considerados elementos como a liberdade para andar nas ruas, a criminalidade e a tranquilidade na criação dos filhos. Enquanto São Paulo foi classificada em 178; e o Rio de Janeiro em 172;, Brasília ocupa o 131; lugar. O que não significa um índice positivo se comparado aos patamares internacionais. Vizinhos latinos, como Montevidéu, conseguiram melhor desempenho no item. A capital uruguaia alcançou 93; colocação. A Europa é a campeã de bons resultados na pesquisa.

A arquiteta Maria Haydée Lopez Rebaza, 43 anos, conhece bem a realidade de Brasília e não troca o céu azul ou a arquitetura da Esplanada dos Ministérios por nenhum outro lugar no mundo. Peruana, natural de Lima, ela saiu do país natal em 1987 para estudar na Universidade de Brasília (UnB). À época, recebeu propostas de emprego após a formatura, mas não quis voltar. ;Me apaixonei pela cidade. Fiz minha carreira aqui, casei e tive duas filhas. Conheço a violência que vem crescendo, mas ainda posso ir ao parque, à escola ou ao shopping com minha família sem me preocupar;, relata.
Foi em Brasília que ela obteve reconhecimento profissional e abriu o escritório Casa Studio Arquitetura e Design, localizado na Asa Norte, com uma sócia. Hoje, Maria Haydée recebe convites para fazer trabalhos específicos em Lima. Ela aceita os desafios, mas somente se forem temporários. ;Vou até lá, faço o serviço e volto para cá. Atualmente, o que mais pesa é o meu trabalho, pois a minha família, posso levar para qualquer lugar. Fui muito bem recebida aqui, me estabeleci e não penso em sair;, comenta. Além disso, os traços da capital são atrativos a mais para a arquiteta. ;Os monumentos daqui, a história, tudo enche os olhos. Isso conta muito;, complementa Maria Haydée.
A estabilidade financeira foi um dos fatores que fizeram a contadora Amira Lizarazo, 47 anos, se estabelecer no DF. Colombiana, ela foi transferida para atuar em um cargo técnico na Organização Estados Ibero-Americanos, em 2008. Desde então, encantou-se com as possibilidades da cidade. ;Me sinto segura aqui. A parte arquitetônica também é atrativa. É outra paisagem, um lugar diferente de todos os outros que já conheci;, afirma. Segundo ela, cidades grandes e muito movimentadas não a seduzem. ;Gosto de lugares menores. A locomoção é mais fácil e as coisas não são tão corridas. A Colômbia se parece mais com São Paulo. Prefiro uma capital média, mais tranquila.;