Cidades

Educação e regularização fundiária são desafios da população de Planaltina

postado em 02/12/2011 08:13
A cidade mais antiga do Distrito Federal tem uma população grande ; são 164.939 habitantes ;, relativamente envelhecida e bairrista. Planaltina abriga um povo tradicional, que gosta do lugar onde vive e, por isso, não pensa em se mudar. Melhorar o nível de escolaridade e resolver as questões fundiárias são prioridades indicadas pelos números da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) divulgados ontem. A região administrativa foi a 23; a ter a radiografia traçada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Até o início de 2012, todas as cidades estarão mapeadas.

Mais da metade dos moradores da cidade que um dia pertenceu a Goiás ; 52,4% ; é candanga. Dos imigrantes, 54,1% saíram do Nordeste. Quem não vive nas áreas centrais, em casarões (81% deles com número de cômodos entre cinco e oito), encontrou lugar em assentamentos ou em loteamentos irregulares em plena área de preservação ambiental (APA), a de São Bartolomeu. Cerca de 83% da população nunca se mudou de Planaltina. Três quartos declararam ter casa própria, porém, 55% em terrenos não regularizados.

Os dados de escolaridade preocupam. A Pdad constatou que 3,9% dos habitantes não sabem ler nem escrever e 40,6% nem sequer concluíram o ensino fundamental. ;A estatística mostra como foram acertadas as implantações do câmpus da Universidade de Brasília (UnB) e de uma escola técnica na cidade;, comentou a presidente da Codeplan, Ivelise Longhi. O avanço da infraestrutura, acrescentou, esbarra na ilegalidade das terras. A rede de esgoto alcança 83% das residências, baixo percentual para os padrões do DF. Apesar de 34,4% dos domicílios possuírem bicicletas, faltam ciclovias.

A diarista Aurinéia vive há cinco anos na cidade: trabalho no Plano

A maior parte dos moradores de Planaltina ; 61,5% ; mora ali há mais de 15 anos. ;É uma cidade consolidada;, afirmou o diretor de Gestão de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya. Ele destacou ainda a absorção local de mão de obra: 45,4% dos trabalhadores conquistaram uma oportunidade na própria cidade, o segundo maior índice verificado pela Pdad até o momento. Os empregos oferecidos, no entanto, são avaliados como de baixa qualidade. A população ocupada atua principalmente no comércio (32,3%), na administração pública (14,4%) e na construção civil (10,5%).

Aurinéia Alves da Silva, 32 anos, maranhense, chegou ao DF há oito anos e, há cinco, mora em Planaltina. Assim como 37,3% dos moradores da cidade, trabalha no Plano Piloto, é diarista. Na casa dela, não há carro, a exemplo do que acontece em 55,3% dos domicílios. Aurinéia acorda às 5h e toma o ônibus lotado, ritual que se repete no fim do dia. ;A gente ganha melhor assim. Perto de casa, o salário seria mais baixo;, justifica.

O administrador da cidade, Nilvan Vasconcellos, avisou que usará os dados da pesquisa para a consolidação de políticas públicas. Durante a apresentação dos resultados, ele chamou a atenção para a necessidade de mais investimentos em educação.(DA)

Colaborou Julia Borba


Dividida
Fundada em 1859, Planaltina foi integrada ao DF em 1960 e inclui a Vila Vicentina, o Setor Residencial Leste (Vila Buritis 1, 2 e 3) e o Setor Residencial Norte A (Jardim Roriz). A cidade foi um dos municípios de Goiás que teve seu território dividido, ficando a sua sede na área do Distrito Federal.

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