postado em 05/12/2011 07:10
A Polícia Militar apreendeu na manhã de ontem um grande carregamento de bolsas falsificadas. Em dezenas de sacolas pretas, era possível visualizar réplicas perfeitas de marcas como Louis Vuitton e Victor Hugo. Elas estavam armazenadas em dois apartamentos em um prédio da 410 Norte. Os imóveis haviam sido alugados por três chineses. O material só foi encontrado porque militares ficaram atentos à atitude suspeita de um grupo oriental. Enquanto procurava um carro furtado, a equipe do 3; Batalhão da PM viu um jovem colocar um saco de lixo preto dentro de um carro. Quando o rapaz avistou os PMs, fugiu. Logo depois, um chinês de 23 anos desceu as escadas com outro saco e foi detido para prestar esclarecimentos. Com as bolsas, foram encontrados também R$ 14 mil.A movimentação começou por volta das 7h. De acordo com os policiais, o primeiro jovem fugiu porque o passaporte estava vencido. O segundo foi visto com a mercadoria, mas em nenhum momento tentou sair do local. Abriu a porta do primeiro apartamento para que os policiais pudessem ver os produtos armazenados. No apartamento 312 do bloco H, as primeiras sacolas foram achadas. Elas ocupavam grande parte do imóvel de dois quartos. Ao ser encaminhado para a 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), o jovem confessou que havia outro local, com mais bolsas. Desta vez, era o apartamento 313, onde uma moça foi encontrada e também encaminhada para a delegacia.
De acordo com o comandante da operação, Sargento Almarete, em um primeiro momento eles acreditavam que iriam encontrar entorpecentes no local, mas havia somente bolsas. ;Tudo indica que são falsas. Eles são imigrantes e o material não tem nota fiscal;, afirmou. Mesmo assim, por volta das 14h, o rapaz preso foi liberado por falta de provas. Ele não pode ser detido em flagrante porque ainda é necessário periciar os produtos para certificar se eles são réplicas ou não. Além disso, o chinês prometeu levar a nota fiscal das bolsas para a polícia. Se isso acontecer, ele pode reaver toda a mercadoria.
Como não há provas do delito, a Polícia Civil ; que investiga o caso ; preferiu não divulgar o nome do suspeito. Porém, confirmou que ele é proprietário de uma loja na Feira do Guará. ;Verificamos com a Polícia Federal e o que fugiu está irregular e pode ser deportado. Os outros têm a situação legal. Agora, precisamos investigar, fazer perícia para saber a procedência desses produtos;, ressaltou o delegado de plantão da 2; DP, Dionísio Siqueira. Nos dois apartamentos, foram apreendidos também três laptops.
Preocupação
Toda a operação deixou os vizinhos perplexos. Nenhum deles imaginava que poderia assistir a esse tipo de ação em um prédio residencial. Por volta das 12h, muitos se aglomeraram na rua para acompanhar o trabalho da polícia. Devido ao grande número de bolsas, eles preferiram jogar toda a mercadoria pela janela do segundo apartamento revistado, o 313. ;Estou chocada. Encontrava com eles todos os dias no elevador. Nem imaginava que tinham algum material em casa;, lamentou uma das moradoras do Bloco H, a professora Kênia Figueiredo, 47 anos.
Ela garante que, a partir de agora, ficará mais atenta à movimentação no local. ;A gente supõe que as pessoas educadas nunca estão envolvidas com nada errado. Eles sempre me trataram muito bem. Agora, estou alarmada;, disse. Todo o material apreendido foi transportado em dois ônibus da PM. Um saiu da 410 Norte de manhã e o outro, no início da tarde. Segundo os policiais, eles tinham em mãos notas fiscais em branco, que passavam para os clientes, mas nenhum documento que comprovasse a compra das bolsas.