postado em 06/12/2011 08:10
O combate à violência contra a mulher ganhou um reforço no Distrito Federal. Foi inaugurada na tarde de ontem uma seção especializada para atender as vítimas de agressão no Fórum do Núcleo Bandeirante. O Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher está em funcionamento há dois meses e, atualmente, mil processos estão em aberto. É o sexto órgão especializado no assunto no DF e assiste a população do Núcleo Bandeirante, do Riacho Fundo 1 e 2, da Candangolândia e do Park Way.Em outubro, após o início dos trabalhos, 110 pessoas do sexo feminino buscaram atendimento. Segundo o juiz titular, Ben-Hur Viza, uma equipe multidisciplinar foi formada para garantir um atendimento mais humanizado. ;Trabalhamos para evitar a revitimização. Precisamos identificar os fatores de risco e tomar a decisão adequada para cada caso;, explicou. O magistrado acrescentou que a iniciativa buscará parcerias com outras entidades para dar continuidade ao trabalho. ;Precisamos garantir a concretização da lei e a proteção integral à mulher;, disse.
As mulheres atendidas no juizado especial são encaminhadas pela delegacia onde registraram ocorrência. Cabe ao juiz titular decidir qual a medida protetiva mais adequada para a vítima e marcar uma audiência. A determinação vai desde proibir o agressor de se aproximar da denunciante até o afastamento do lar. ;Ela é encaminhada para uma equipe que desenvolve um trabalho psicossocial no próprio tribunal e participa de grupos de atendimento. O nosso principal objetivo é interromper o ciclo de violência;, detalhou Ben-Hur.
Assistência
Uma briga entre Ana* e o irmão levou a representante comercial de 35 anos a denunciá-lo por agressão. Após uma discussão na casa da mãe, o homem a empurrou contra a parede e a agrediu. Ana registrou ocorrência na delegacia do Riacho Fundo 1, onde mora, e foi encaminhada ao Fórum do Núcleo Bandeirante. ;Eles foram muito pacientes comigo, muito humanos e ofereceram um tratamento diferenciado;, contou. A representante comercial acredita que a assistência é importante para evitar que o irmão volte a agredi-la. ;Não podemos ter medo de nos expressar. E é bom saber que não estamos sozinhas, que há pessoas que lutam por nós;, disse.