postado em 06/12/2011 11:02
Manifestantes da organização Greenpeace realizaram um protesto, na manhã desta terça-feira (6/12), em frente à Praça dos Três Poderes contra as alterações que estão sendo feitas no Código Florestal. Os integrantes do grupo ambientalista inflaram um balão em formato de motosserra com a frase ;Senado, desliga essa motosserra;. A reforma do texto, que já passou pela Câmara dos Deputados, deve começar a ser votada às 16h no Senado.
A reforma ocorre no momento em que o Brasil afirmou que em 2011 conseguiu levar o desmatamento da Amazônia ao menor nível em 13 anos: foram 6.200 km2 de selva arrasada no último ano, após um pico de 27.000 km2 devastados em 2004. O governo brasileiro se comprometeu em 2009 na da conferência do clima a reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2020.
A organização Greenpeace distribuiu aos membros da delegação brasileira em Durban, onde 190 países buscam soluções contra o aquecimento global do planeta, um cartão postal com uma imagem de uma floresta desmatada e a legenda "22 milhões de hectares podem ser desmatados se o novo código florestal se converter em lei, uma área do tamanho da Califórnia ou da Suécia".
As ONGs Observatório do Clima e WWF afirmam que até 79 milhões de hectares ficarão sem proteção ou não serão recuperados após terem sido desmatados no passado. ;Nos últimos seis anos, o declínio do desmatamento na Amazônia brasileira reduziu as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera em aproximadamente 1,5%, mas esta conquista está agora sob ameaça", avaliou o Instituto de Investigação Ambiental da Amazônia (IPAM).
Flexibilização
O governo brasileiro, que no próximo ano receberá uma reunião de cúpula mundial de desenvolvimento sustentável da ONU, a Rio%2b20, pretendia converter a reforma do código em uma atualização dos agricultores com a lei ambiental que não foi cumprida por décadas. Para isso, aceitaria uma flexibilização em troca do reflorestamento de ao menos uma parte da floresta destruída no passado. ;Qualquer redução da área que o Brasil destina a produzir alimentos aumentará o preço da comida", afirmou a poderosa presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária, Katia Abreu.