Antonio Temóteo
postado em 09/12/2011 09:45
Um ato contra a violência no trânsito do Distrito Federal reuniu parentes e amigos da universitária Laís Cristina Pimenta, 21 anos, morta em um acidente de carro, no último dia 4, na ponte do Braguetto. Durante a missa de sétimo dia da estudante de publicidade e propaganda da Universidade de Brasília (UnB), na noite de ontem, no Oratório do Soldado, muitos dos que comparecem estavam vestidos com uma camiseta branca, enquanto outras 72 pessoas usaram uma blusa com uma imagem da jovem e um poema ; intitulado de Apenas do outro lado do rio ; escrito por um amigo da vítima.
Os preparativos da homenagem para Laís começaram a ser divulgados em um site de relacionamento desde o começo desta semana. ;É um protesto para que se faça justiça e para que o acidente não seja simplesmente esquecido;, resumiu Mirella Pessoa, 21 anos, amiga de Laís.
Juliana Souza, 20 anos, também aluna do curso de publicidade da UnB e amiga de Laís, lamentou: ;É muito doloroso para todos os amigos, mas principalmente para mim, que era amiga dela desde o primeiro ano de curso. A gente se via todos os dias;. Segundo ela , Laís era uma jovem dedicada em tudo que fazia: ;Era uma boa aluna, muito responsável, principalmente no trânsito;. Ao fim da missa, os participantes soltaram cerca de 30 balões brancos no ar, num gesto em homenagem final à vítima do acidente.
Investigações
O acidente que matou Laís ocorreu às 4h20 de domingo passado, quando ela voltava de uma confraternização. A jovem seguia sozinha de carro para casa, no Setor Militar Urbano (SMU), quando se envolveu em uma colisão com um Hyundai Azera conduzido por Eduardo Pedrosa, 22 anos, no Km 1 da DF-007. Ela morreu na hora, ao ser imprensada entre o banco e o volante de seu carro. Eduardo, sobrinho da deputada distrital Eliana Pedrosa, foi levado para o Hospital de Base (HBDF) com ferimentos leves e teve alta poucas horas depois.
O motorista não foi submetido ao teste de bafômetro no local do acidente e, segundo o delegado-adjunto da 9; DP (Lago Norte), George Couto, negou-se a fazer o teste na delegacia. Agora, as autoridades esperam pelo laudo pericial previsto para ser entregue 30 dias após o acidente. ;Neste momento, estamos trabalhando para buscar testemunhas, o que está sendo difícil, pois, como sabemos, tanto Laís quanto Eduardo estavam sozinhos em seus carros;, disse George.
Ainda segundo o delegado, Eduardo se apresentou à polícia apenas no dia seguinte ao acidente, acompanhado pelo advogado Daniel Romeiro, mas se negou a dar informações aos investigadores. Dono do escritório em que trabalha Ribeiro, o advogado Roberto Podval declarou que ;seria indelicado com o Judiciário; fazer qualquer comentário por meio da imprensa a respeito do assunto.
Morte nas rodovias
De acordo com dados do Departamento de Trânsito do DF (Detran), de janeiro a outubro deste ano, 361 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito nas pistas que cortam a capital do país. Quando se fala em casos fatais, a DF-001 é a campeã, com 39 ocorrências. Já entre as rodovias federais, a BR-020 lidera o ranking, com 31 registros de óbito.