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Tratadores suspeitam que a girafa Yaza está prenha de Léo, morto este mês


A girafa Léo, que vivia no Zoológico de Brasília, morreu, mas pode ter deixado uma surpresa. A fêmea Yaza, companheira de Léo, aparenta sinais de gravidez. O corpo do animal começou a mudar e despertou a curiosidade entre os tratadores. Léo e Yaza estavam sempre juntos, trocando carinhos. Era preciso separá-los às vezes para evitar a fecundação. Yaza já sofreu dois abortos e quase morreu por conta disso. Por isso, a equipe do zoo preferia mantê-la sem filhotes. Ainda assim, o casal teve Ivelise, único fruto do relacionamento até então.

A gestação de Yaza não está confirmada. Mas as suspeitas são cada vez mais presentes. ;A girafa demora muito a mostrar que está grávida. Ao contrário de fêmeas de outras espécies, ela não fica com a barriga tão proeminente. É preciso esperar para ter certeza, fazer exames;, explicou o veterinário Rafael Bonorino. O tratador de animais Darlan Cardoso da Silva, 39 anos, trabalha no zoo há 18. Cuida da Galeria África, onde Léo vivia com outros de sua espécie. Darlan é o responsável por alimentar os bichos, entre outras tarefas. ;Conheço cada um deles. Só de olhar, sei se estão bem. A morte do Léo foi um choque. Receber a notícia foi como levar um soco.; Léo tinha 16 anos.

Foi Darlan quem percebeu as mudanças físicas de Yaza. Pouco antes de morrer, Léo e a namorada ficaram separados durante 15 dias, para reforma no recinto. Quando voltaram a se encontrar, mantiveram contato físico diariamente. ;O Léo ficava até sem comer quando separávamos os dois. Eles viviam grudados. O macho estava em perfeito estado, comendo, bebendo e pastando. A morte dele não tem explicação. Mas acho que vem uma surpresa por aí;, disse Darlan. A gestação de uma girafa dura 14 meses.

Yaza e Ivelise não mudaram de comportamento por conta da morte de Léo. As duas se alimentam normalmente e não apresentaram alteração de humor, como ocorre em algumas espécies quando morre um membro da família. ;As pessoas tendem a humanizar o comportamento dos bichos. Acham que eles sentem como os seres humanos. Mas não é assim;, explicou o biólogo Tiago Carpi, diretor da curadoria de mamíferos do Zoológico de Brasília.

Solução familiar
O zoo já providenciou um novo companheiro para Yaza, que tem 7 anos e nasceu em Belo Horizonte. É Zagalo, filho de Léo com outra fêmea. Zagalo está no Rio de Janeiro, emprestado para o zoológico carioca. Deve chegar a Brasília no fim de janeiro. Os exames que devem explicar a morte de Léo ficarão prontos em até 90 dias. Enquanto isso, permanece o mistério.

;O animal estava perfeito. Não é possível dizer o que o matou. Mas pedimos avaliação toxicológica (para saber se lhe deram veneno), citológica (relacionada às células) e histológica (referente aos tecidos). Há anos, um raio matou uma girafa aqui no zoo. São muitas possibilidades;, disse Carpi. O corpo de Léo foi enterrado no zoológico. Por conta do tamanho do animal, não foi possível cremá-lo.

Léo chegou ao zoo em 4 de dezembro de 1997, vindo da África do Sul. A primeira companheira dele, a girafa Bia, morreu em 2003, quando estava prenha pela terceira vez. Teve uma insuficiência cardíaca. A expectativa de vida de uma girafa na natureza é de até 25 anos, tempo que, em cativeiro, pode chegar a 35, por causa dos cuidados.


Aniversário do zoo

O Zoológico de Brasília completa 54 anos amanhã. A administração do local preparou programação especial para comemorar a data. O cantor Geraldo Azevedo está entre as principais atrações. O público terá opções de lazer durante todo o dia. Haverá banheiros químicos, água e a segurança será reforçada. Confira a programação:

9h: Bruna Lenehr
9h: Abder Paz (mímico)
Das 11h às 13h: Grupo de teatro Mamulengo Sem Fronteiras
13h: Palhaço Pirulito
13h: Pratas da casa
13h20: Poesia Matuta, com Ancelmo Moura
13h40: Pratas da casa
14h: Poesia com Beth Jardim
14h20: Pratas da casa
14h40: Poesia com Djair Diniz
15h: Banda Jazahu
15h40: Cover de Zé Ramalho
16h: Geraldo Azevedo