O prefeito de Águas Lindas (GO), Geraldo Messias, afirmou no fim da manhã desta terça-feira (13/12) que apoia a manifestação dos moradores da cidade contra a falta de segurança no trânsito da rodovia BR-070, no trecho que dá acesso ao Distrito Federal. Ele disse por telefone que a prefeitura conhece as causas dos manifestantes há cerca de três anos.
Messias contou que dos 160 mil habitantes de Águas Lindas, cerca de 86 mil trabalham no Distrito Federal. "Enquanto o Governo do DF não tratar o Entorno como região metropolitana, nossos problemas não serão resolvidos", afirmou. Ele disse ainda que havia um acordo firmado para transferir a responsabilidade da BR-070 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o GDF, "mas que não foi colocado em prática, devido os problemas que o governo passou em meados de 2009 e 2010".
A prefeitura informou que os moradores reivindicam mais iluminação na rodovia, melhor sinalização com radares e pista de diminuição de velocidade e construção de passarelas. "Alguns pedidos são de responsabilidade do Governo Federal. Nós nos reunimos com o Ministério da Integração há 20 dias, que ficou de encaminhar um pedido de envio de recursos à Casa Civil", disse o prefeito Messias.
Por fim, o chefe do Executivo municipal afirmou que o transporte público que liga a cidade ao DF é de "péssima qualidade".
Manifestação
Os protestos dos moradores do bairro Portal da Barragem começaram por volta das 4h, quando eles interditaram as pistas da BR-070, nos dois sentidos, ateando fogo a pneus e cadeiras. O engarrafamento chegou a 3km. O local é próximo à entrada da cidade, que fica a cerca de 44km de Brasília e a 193km de Goiânia. O protesto era contra a violência no trânsito na região.
De acordo com o tenente coronel da Polícia Militar de Águas Lindas, José Luiz Viano, 26 ônibus foram apedrejados pelos moradores e quatro chegaram a ser incendiados (dois por completo e dois de forma parcial). Duas pessoas foram detidas. A estimativa é de que o protesto tenha começado com 40 pessoas, mas no fim havia cerca de 200. "Essas pessoas que chegaram depois estavam lá apenas para fazer baderna", afirmou o tenente coronel.
Os manifestantes afirmam que um dos motivos foi a morte de uma mulher de 37 anos que foi atropelada nesta segunda-feira (12/12) enquanto tentava atravessar a rodovia, por volta das 17h30. Eles afirmam que não há passarelas na região e que a sinalização é ruim.
Com informações de Thalita Lins