postado em 15/12/2011 15:42
A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu sete mandados de prisão na manhã da última quarta-feira (14/12) contra suspeitos de integrar a quadrilha responsável pelo golpe telefônico conhecido como "falso sobrinho". A operação encontrou os acusados em Goiânia (GO) e Aparecida de Goiânia (GO). Três dos estelionatários realizavam o golpe de dentro de um presídio goiano.A 21; Delegacia de Polícia (Taguatinga) iniciou as investigações após receber uma denúncia de um morador de Águas Claras, vítima do golpe. A quadrilha realizava ligações para diversos estados do país dizendo ser um sobrinho a caminho da cidade da vítima. O falso parente alega estar com problemas no carro e pede então, com urgência, que o tio deposite dinheiro na conta do mecânico para que este realize os serviços.
No caso do morador de Águas Claras, a quantia fornecida foi de R$ 17 mil, depositados em diversas contas dadas pelos criminosos. Os principais bairros a receber esse tipo de ligação no Distrito Federal são Park Way e Lago Sul.
O golpe era realizado de dentro do presídio de Cepaigo, em Aparecida de Goiânia. Três presidiários considerados de alta periculosidade foram identificados como os responsáveis pelas ligações telefônicas. Alexandro da Silva, 25 anos, Ednilson Silva Santos, 21, e Ezequias Ferreira Rodrigues, 26, já estavam presos por roubo e tráfico de drogas.
Três mulheres também foram presas por auxiliar os estelionatários, contrabandeando aparelhos celulares e chips telefônicos para o interior do presídio. Danielly Bueno Jube, 24 anos, Karine Yasmin da Silva e Kaliane da Silva Nery, ambas de 21 anos, foram presas em Goiás e encaminhadas à Taguatinga, onde serão ouvidas.
Marcelo Bueno Jube, 26, também foi preso, identificado como co-autor do golpe. Ele já era foragido da Justiça de Goiás. Durante a prisão de Marcelo, em Goiânia, os policiais da 21; DP localizaram um laboratório de refino de cocaína. No local, foram apreendidos produtos utilizados como matéria prima para fabricação da droga: cerca de 1,5kg de pasta base, 2kg de ácido bórico e ainda uma prensa e balanças de precisão. Foram encontrados também maconha e um revólver calibre .32.
Foram necessários cinco meses de investigação. Durante esse tempo houve, somente na 21; DP, outras quatro ocorrências relativas ao mesmo golpe. Foram identificadas 42 contas bancárias fornecidas pelos estelionatários às vítimas. A Polícia Civil do DF pediu ao Judiciário o bloqueio de todas as contas.
Os criminosos devem responder por estelionato, formação de quadrilha, tráfico de drogas, posse ilegal de armas e associação para tráfico de drogas.