Antonio Temóteo
postado em 24/12/2011 10:07
Quem deixou para comprar os presentes de Natal na última hora correrá o risco de não encontrar alguns produtos. Grande parte dos brasilienses se antecipou e os estoques diminuíram. A queda na oferta de bens foi sentida ontem pelos consumidores que saíram para concluir as compras de fim de ano. Apesar disso, com os shoppings e estabelecimentos comerciais abertos hoje até as 17h, as lojas devem ficar cheias de retardatários.
Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), Geraldo Araújo, com o aumento das vendas nos dois dias que antecedem a queda nos estoques é natural. Entretanto, Araújo explicou que essa elevação não será suficiente para atingir os mesmos resultados alcançados no ano passado. ;Hoje (ontem) as lojas estiveram cheias desde cedo. Cores e números de alguns produtos começam a faltar. Mas vamos atingir um resultado de 6% em de aumento. Um dos fatores que explica isso é o fato de estar ocorrendo uma liquidação de debatidos vencidos e não pagos. A procura cresceu em 12%;, detalhou.
Dados do Instituto Fecomércio-DF indicam que 42,67% dos lojistas reforçaram os estoques mais do que no ano passado. Os pedidos e as negociações com os fornecedores começaram em julho. Em média, os lojistas elevaram as reservas de produtos em 9,49%. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), Antônio Augusto de Moraes, está otimista e acredita que alta nas vendas chegará a 7,5%. Moraes avaliou que segmentos, como o de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, podem surpreender e atingir um percentual de até15%, resultado da decisão do governo federal de reduzir a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca. A venda de fogões, geladeiras, computadores, televisões e celulares apresentaram nos últimos dias desempenho acima da média.
;O consumidor está encontrando esses bens duráveis em condições bem melhores. Os preços estão mais baixos, a taxa de juros menor e os prazos são maiores. Todos esses fatores favorecem a classe emergente que tem grande preocupação com o valor da prestação nas compras a prazo. Com isso, diante dessas boas condições, esse segmento compra mais;, completou Moraes.
Tumulto
O casal Leila de Paula, 24 anos, e José de Alencar, 39, esteve ontem em um shopping da cidade para fazer compras. Entre os produtos que eles levaram para casa, estão um aparelho celular, cobertores e toalhas. Segundo Leila, os preços estão bons e algumas promoções começaram a aparecer. ;As lojas estavam muito cheias, mas valeu a pena. Comprei bons produtos por um valor justo.;
O casal Anderson Paim, 34 anos, e Karolina Paim, 34, também enfrentou o tumulto dos centros comerciais. Ele avaliou que as condições de pagamento estavam boas. ;Como sempre, deixei para a última hora. Comprei um vestido para minha mulher.;
O vigilante André Carlos Pereira, 29 anos, dará um forno elétrico de presente de Natal para a mulher. Segundo ele, o preço e as condições de pagamento foram decisivos na escolha do produto. ;Apesar disso, algumas coisas já estão em falta. Queria comprar um aparelho de DVD e não encontrei nenhum. Os estoques estão no fim. As lojas estão lotadas de gente e as pessoas estão disputando os eletrodomésticos que estão bem baratos;, disse.