Roberta Machado
postado em 25/12/2011 08:25
Na véspera de Natal, os shoppings do Distrito Federal ficaram lotados desde o início do dia. Poucos minutos depois das 9h, horário em que os centros de compra abriram as portas, já se viam estacionamentos com poucas vagas e dezenas de consumidores retardatários nos corredores. Centros de comércio popular, como a Feira dos Importados, também registraram muitos visitantes. Nas lojas de rua e feiras de alimentos, o movimento foi menor. Ontem, as lojas funcionaram até as 17h. Hoje, os estabelecimentos ficam fechados e, na segunda-feira, começa a temporada de trocas e as aguardadas promoções.
Noivos, o vigilante Francisco Diego Alves de Lima, 24 anos, e a auxiliar de dentista Mayline Araújo Alves, 20, saíram às 7h30 de Sobradinho para ir ao Paranoá, onde passariam a data festiva com a família dele. No caminho, entraram em um shopping da cidade para comprar o presente da mãe do jovem, que ficou faltando. Também moradora de Sobradinho, a costureira Rosa Márcia Lopes da Costa, 63 anos, saiu de casa às 8h para ir ao centro de compras e aguardava a filha e a neta, que viriam do Recanto das Emas para encontrá-la. ;Vou comprar o presente das duas, e quero que elas escolham. Não pude vir antes porque trabalhei até o último minuto.;
A aposentada Maria Salete Figueiredo, 71 anos, é moradora da Quadra 311 da Asa Sul e foi uma das poucas consumidoras circulando pelo comércio da 304/305 Sul. Ela iria comprar presentes para dois primos. ;Na verdade, minha mãe é quem vai dar. Ela se esqueceu e me pediu para vir. Os meus, comprei com antecedência;, disse.
Na Feira dos Importados, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), a administração esperava um movimento de 50 mil pessoas durante todo o dia, 10 mil a mais do que o previsto para um fim de semana normal. A professor Bárbara Cordeiro, 26 anos, e o administrador de redes Bruno Cavalcante, 26, moradores do Guará, terminaram as compras de Natal na manhã de ontem. ;Deixamos para a última hora, mas chegamos cedo para evitar tumulto;, contou. Na Feira dos Importados de Taguatinga, o movimento estava mais fraco e desanimou os vendedores. A vice-presidente da associação da feira, Lindalva de Figueiredo, lamentou a baixa procura.
Enquanto supermercados e shoppings atraíram multidões na véspera de Natal, as feiras de alimentos não registraram crescimento de público. Em um estande de venda de aves da Feira Permanente do Núcleo Bandeirante, nenhum peru foi vendido. ;Geralmente, em dezembro, é assim vazio, porque o povo viaja. Mas também acho que muita gente comprou tudo antes para adiantar;, avaliou a dona, Ilzenira Mota, 36 anos.
A feira das Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) já registrou dias com mais de 6 mil compradores, mas ontem não contou com mais de 2,5 mil pessoas. Para tentar atrair clientes, um açougue abaixou o preço do quilo de lombo de R$ 12 para R$ 8,99, mas a promoção não adiantou. ;Estocamos pernil para vender, mas o movimento não foi como esperávamos. Ano passado estava melhor;, lamentou Jacqueline de Souza, 30 anos, caixa de um açougue. A procura maior nas feiras ontem foi pelas frutas típicas dos arranjos natalinos, como uva e ameixa, os mais vendidos.