Adriana Bernardes
postado em 26/12/2011 07:15
Embora as placas indiquem onde estão os pardais e as barreiras eletrônicas, a cada hora, 75 veículos são flagrados no Distrito Federal trafegando acima da velocidade permitida. Somente nos sete primeiros meses deste ano, o Departamento de Trânsito (Detran) emitiu 384.284 multas para motoristas que desrespeitaram a sinalização. Caso os apressados continuem a pisar no acelerador, os números tendem a aumentar agora que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) acabou com a obrigatoriedade de alertar o condutor sobre a existência da fiscalização eletrônica. A nova regra já está valendo e, como era de se esperar, gerou polêmica entre os condutores. Leitores do correiobraziliense.com.br aplaudiram e condenaram a decisão do Contran. Indignados, alguns motoristas acusam o governo de ter apenas o objetivo de aumentar a arrecadação. Para outros, a punição financeira será o caminho para que as normas de circulação sejam cumpridas por uma parcela maior de pessoas.
De acordo com a Resolução n; 396, do Contran, os órgãos de trânsito serão obrigados a informar a velocidade da pista e os equipamentos eletrônicos não podem ficar escondidos. Continua valendo a exigência de estudo técnico para a colocação dos radares e das barreiras. Mas caberá ao motorista manter a velocidade ao longo da pista e esquecer o velho hábito de acelerar e reduzir apenas onde há fiscalização. Em entrevista ao Correio publicada na edição de ontem, o diretor-geral do Detran, José Alves Bezerra, assegurou que não retirará as placas de advertência dos pontos onde já existem pardais. Mas a colocação de novos equipamentos vai seguir as diretrizes fixadas pelo Contran.
Eficiência
Diretor do Instituto de Segurança de Trânsito (IST), David Duarte avalia a decisão do Contran como positiva. Mas ressalta que o Estado precisa melhorar a sinalização das vias. Considera importante que o motorista seja permanentemente informado sobre o limite de velocidade, o que, segundo ele, não ocorre com eficiência nem mesmo em Brasília, quanto mais em cidades menores. Para ele, isso vai obrigar o motorista a olhar no velocímetro permanentemente. ;O Estado dá motivo para as pessoas reclamarem porque, primeiro, constrói vias com condições de trânsito rápido e limita a velocidade em 60km/h, o que provoca um desconforto. Existem dezenas de formas de reduzir a velocidade. Só que o governo não usa;, diz.
Além de ficar de olho no velocímetro, é bom o motorista relembrar as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A resolução do Contran estabelece que, nas rodovias em que não há sinalização regulamentando a velocidade, os limites máximos são aqueles fixados no artigo 61 do CTB. Ou seja: carros, caminhonetes e motocicletas devem trafegar a 110km/h, no máximo; ônibus e micro-ônibus, a 90km/h; demais veículos, a 80km/h; e, nas estradas de terra, 60km/h para todos. (Colaborou Antônio Temóteo)
Opinião do internauta
Leitores do Correio comentam reportagem sobre o fim da obrigatoriedade de placa de alerta para fiscalização eletrônica:
José Filho
;Oba! Estão começando a aprender a trabalhar. Antes tarde do que nunca. Se a via Eixão é de 80 km/h, não tem que avisar mais nada, os imprudentes é que devem se cuidar.;
Eduardo Farias
;Só assim os ;donos da rua; vão baixar a bola. Dá-lhe multa. Esses assassinos motorizados enchem a cara de cachaça e saem matando as pessoas. Muito bem! Excelente notícia.;
Roni Vedovo
;Para essa turma que diz desconhecer os limites de velocidade: aquele livrinho com o Código de Trânsito explica tudo. Releia. Não é só na hora do exame para a CNH que ele se aplica.;
Walter Ribeiro
;Com sinalização antes dos pardais, barreiras, etc., a quantidade de dinheiro que era arrecadado com as multas nunca apareceu em benefício de rodovias, estradas, enfim. Nada. E agora, com a nova lei, será que com a maior arrecadação este dinheiro vai aparecer para assegurar melhores condições?;
Cassio
;É incrível alguns lamentando por essa regra que já vem tarde. Criminosos e assassinos do volante é que têm que ser coibidos. Quem é civilizado não tem o que temer. Um basta aos que se acham acima dos outros e que acreditam poder correr indiscriminadamente.;
Salomão Feitosa
;Faz 12 anos que resolvi andar na velocidade da via. Resultado: faz 12 anos que não sou multado.;
Jurandir Sousa
;Essa é a indústria da multa mesmo. Antes fizessem cumprir regras básicas de trânsito, como termos estradas decentes, com menos crateras e mais escoamento de água. A Estrutural, em dia de chuva, vira uma piscina e o Detran e o DER nada fazem.;
Deuvay Sobrinho
;Será que eles informarão, com placas de sinalização, numa mesma via, todas as velocidades? Há locais quem num trecho de 500 metros a velocidade varia de 60 km/h para 40km/h a 50 km/h, voltando mais à frente a 60 km/h. Parece que o único objetivo é arrecadar e não educar.;