postado em 27/12/2011 07:40
Passada a euforia das vendas de Natal, o comércio se prepara para uma fase que busca ampliar os bons resultados do faturamento. A partir desta semana, as lojas aproveitarão o movimento provocado pela temporada de troca de presentes para começar a oferecer descontos e renovar o estoque. A maioria dos estabelecimentos, no entanto, dará início às liquidações, com a promessa de preços até 70% mais baratos, somente no início de janeiro.De acordo com o balanço divulgado ontem pelo Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), os lojistas registraram alta média de 7% nas vendas, em comparação com 2010. Em novembro, o sindicato havia divulgado expectativa de aumento de 6%. No início de dezembro, o otimismo fez a previsão do setor saltar para 7,5%. O sindicato avaliou o resultado positivamente, dentro da margem esperada.
As chuvas na semana que antecedeu o Natal podem ter afetado o movimento, principalmente no comércio de rua, onde os clientes não têm opção de estacionamento coberto. ;De qualquer forma, 7% foi um percentual bastante expressivo;, disse o presidente do Sindivarejista-DF, Antônio Augusto de Moraes. Ele lembra que 2011 foi de apreensão para o setor. ;As mudanças políticas e a crise internacional, de certa forma, acabaram inibindo um pouco o consumo;, justificou.
Entre os segmentos cujas vendas mais se destacaram, não houve surpresas. As maiores altas foram observadas nas lojas de roupas e artigos esportivos, celulares, perfumes e livros. As redes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos esperavam aumento entre 13% e 15%, mas as vendas superaram em 12,5% as do Natal do ano passado. ;Esse resultado aquém do esperado foi o que puxou a média um pouco para baixo;, analisou Moraes.
As transações com cartões de débito ou crédito representaram cerca de 75% do total e devem continuar sendo a forma de pagamento predominante durante as temporadas de troca de presentes e liquidações. As lojas de departamento e as magazines costumam ser as primeiras a oferecer os tradicionais descontos na virada do ano. Daqui para frente, os comerciantes encherão as vitrines com anúncios de promoções para desovar o que sobrou do estoque renovado para o Natal.
O movimento foi intenso ontem nos principais shoppings da cidade. Michelle Lima, gerente de uma loja de sapatos, explicou que o momento da troca de presentes é uma boa ocasião para conquistar novas vendas. ;A gente sempre tenta convencer o consumidor a levar uma coisinha a mais;, confessou. Até as 14h30, sete clientes tinham procurado a loja para efetuar trocas. E mais gente era esperada. ;A maioria vem porque errarou o tamanho. São poucos os que trocam por outro modelo;, contou.
Os estudantes Stéfane Lima e Lucas Araújo quiseram garantir as trocas logo no primeiro dia útil depois do Natal. Os namorados, ambos de 17 anos, foram a um centro comercial com uma roupa que ela ganhou. ;A gente veio logo para ter a certeza de que acharíamos o mesmo modelo;, afirmou a jovem. A pedagoga Mônica Pereira, 50 anos, também preferiu garantir a substituição o mais rápido possível: foi ao centro comercial em busca de outra numeração de uma sandália que deu para o filho.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os estabelecimentos não são obrigados a trocar produtos sem defeito. No entanto, a maioria o faz sem problemas, na intenção de fidelizar o cliente. A dica para os consumidores é sempre perguntar antes de fazer a aquisição se a substituição é possível. O prazo para procurar o comerciante é até 30 dias.
Algumas lojas anunciavam descontos de até 50%, mas os saldões oficiais dos estabelecimentos estão previstos para começar em janeiro e, em alguns casos, somente em fevereiro. A empresa onde Michelle trabalha ainda não de início às liquidações pós-Natal. ;Como fazemos parte de uma rede, estou esperando o aval da central. Mas é tradição, a gente sempre faz;, garantiu.
Fique atento
Confira dicas na hora de trocar os presentes:
; As lojas têm obrigação de trocar produtos com defeito ou enviá-los à assistência técnica. Se o problema não for resolvido, o cliente pode exigir a substituição do produto, a restituição imediata do valor pago ou o abatimento proporcional do preço na troca por outro.
; Nem sempre uma loja vai trocar uma mercadoria em outra loja de uma mesma franquia.
; Quem se sentir prejudicado em relação à troca de produtos deve procurar o Procon, no telefone 151.
; Informe-se na hora da compra sobre prazos e as condições para trocas. Como as lojas não são obrigadas a realizar as substituições, cabe a elas definir as regras. Detalhes por escrito no cupom fiscal são uma segurança a mais para os clientes.