Cidades

Ataques a residências neste ano deixou pelo menos cinco mortos no DF

postado em 29/12/2011 07:21
Em 2011, o Correio noticiou pelo menos cinco homicídios decorrentes de assaltos a residências (leia Memória) e outras dezenas em que pessoas e famílias inteiras acabaram mantidas reféns. O emprego de violência nessa modalidade de crime deixa os moradores da capital assustados, pois nas mais diferentes regiões do DF há relatos de invasores que deixaram traumas. É o caso de Carmen Sartori, 55 anos, que em 14 junho passou, na companhia de duas filhas e uma freira, quase sete horas em poder de dois foragidos da Justiça. Na ocasião, os ladrões se entregaram à polícia e todas saíram ilesas.

O sequestro parou parte da Asa Sul. Muitos curiosos e vizinhos acompanharam o trabalho dos 80 policiais militares e dos seis atiradores de elite que cercaram a casa tomada pelos bandidos. A aflição começou às 9h30 e terminou às 16h, quando o último criminoso se entregou. Nos momentos em que permaneceram no local, os assaltantes Bruno Leonardo Vieira, 28 anos e Adelino de Souza, 55, usaram cocaína. Seis meses depois, Carmen não superou o envolvimento em um dos sequestros mais longos da história do DF. ;O medo vai sempre me acompanhar. Sempre que vou abrir o portão, fico receosa, olho duas, três vezes antes de abrir. Enfim, me tornei mais cuidadosa, mas carrego um receio grande de acontecer de novo;, contou.

Susto
Quem também passou por um susto grande foi Marcela Machado. Na véspera do Natal do ano passado, a moradora do Park Way recebeu a notícia de que a sua casa havia sido invadida por dois ladrões. Eles aproveitaram uma árvore que cresce na rua para pular o muro do lote. Os bandidos nem sequer se importaram com os cães de guarda e se muniram de facões encontrados no local para completar o assalto. Com a casa praticamente vazia por conta dos festejos, eles não contavam com a iniciativa de um irmão de Marcela, que estava na residência. ;Ele soltou rojões na direção dos marginais e só aí ficaram assustados;, conta a moradora.

Os assaltantes foram detidos pela polícia horas depois, em fuga. O episódio revela também o pouco ou nenhum envolvimento de outros órgãos públicos, fora as forças de segurança, no combate à violência. No momento da invasão, Eraldo Machado, pai de Marcela, também estava no local. Desde a ocorrência, eles solicitam a poda da árvore a fim de evitar novas invasões, mas até agora não foram atendidos pela administração regional da cidade. ;A melhoria da segurança ainda está só na ideia do governo, mas falta a prática. Não existe policiamento efetivo e a insatisfação entre os moradores está grande;, garante Marcela.

Segundo ela, o Conselho de Segurança do Park Way é ativo e apresenta as demandas da comunidade frequentemente ao GDF, mas não há retorno das autoridades. Uma das principais queixas, explica, trata da falta de rondas ostensivas nas ruas da cidade. ;Até quando os postos comunitários vão funcionar? Eles não têm sido úteis e ainda estão prendendo os policiais no local, em vez de eles estarem na rua;, indigna-se a moradora.

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