Cidades

Trânsito tranquilo nas largas avenidas da capital na última semana do ano

postado em 29/12/2011 07:38
Esta é conhecida como a semana mais tranquila do ano. Ela é a última. Passado o frenesi da busca por presentes de Natal, as ruas finalmente podem descansar, ao menos um pouco, dos carros e das pessoas. E, talvez nesta época, Brasília se torne ainda mais diferente das cidades ao seu redor, que formam o Distrito Federal. Quase não se encara congestionamento nos centros e poucas pessoas andam pelas ruas. Janelas cerradas significam que os moradores estão longe, em férias. A vida noturna fica menos atraente. Quem fica se concentra em shoppings e cinemas.

Aqueles que não podem viajar aproveitam as mudanças no trânsito como consolo. ;A diferença é notável. Você encontra vagas em locais como o Setor Bancário a qualquer hora que quiser;, anima-se o fisioterapeuta André Vinícius Coutinho, 30 anos. Para ele, o único problema é lembrar que, no fim do recesso, o trânsito volta com toda a força. Ele levou ontem a filha Larissa, 5 anos, para passear no Parque da Cidade e se impressionou com o grande número de pessoas no local.

Enquanto o trânsito do Plano Piloto desacelera, os shoppings e os espaços públicos de lazer recebem maior concentração de pessoas. Ao mesmo tempo, em Taguatinga e em Ceilândia, as duas cidades mais populosas do DF, a movimentação nas ruas não é intensa como habitualmente, mas os centros comerciais ficam cheios. O Correio percorreu pontos das três cidades e mostra como os feriados alteram, ou não, a rotina desses lugares.

;Como em Brasília as pessoas mais trabalham do que moram, é natural que esse movimento aconteça;, afirma a militar Márcia Cruz, 42 anos. A opinião dela condiz com a ideia geral que a população tem da cidade. Ela e a família só não acompanharam o fluxo e deixaram o DF para trás porque o trabalho na Marinha exige que fiquem à disposição.

A mudança nas ruas é visível. Locais onde antes os motoristas já estavam conformados em enfrentar uma batalha de pelo menos 10 minutos para encontrar uma vaga oferecem opções de estacionamento. A Esplanada dos Ministérios e os setores Comercial, Bancário e de Autarquias não tiveram o movimento reduzido a zero, mas o caos usual não é encontrado na última semana do ano.

;Antes, eu demorava 30 minutos de casa até aqui. Agora, levo 10 minutos. Além disso, eu ia pagar para estacionar no shopping, mas passei pelo Parque da Cidade e vi a quantidade de vagas nessa área, o que é raro;, conta o consultor de informática Paulo Victor Regis, 25 anos, que parou o carro em uma das vagas disponíveis no Setor de Rádio e TV Sul por volta das 16h.

Filas
Ainda que Brasília mantenha a fama, a máxima que pregava o esvaziamento da cidade nesta época perdeu um pouco de força. A concentração de pessoas não está mais nas ruas, mas nos centros de compras e nos espaços de lazer. Mesmo na tarde de uma quarta-feira, às 15h, a fila do cinema em um shopping se alongava pelo corredor. Os servidores públicos Randolfe e Mônica de Araújo, ambos de 35 anos, ficaram surpreendidos com o movimento. ;Não esperava encontrar tanta gente aqui no meio da semana. Onde eu trabalho todo mundo está viajando;, conta.

O estudante Felipe Rodrigues, 24 anos, que também aguardava na fila do cinema com o irmão Lucas, 5 anos, a cidade faz por merecer a fama que tem. ;Brasília fica vazia mesmo. No trânsito ou nos eventos. Qualquer festa tem menos gente neste período.; A diferença, para ele, são os cinemas. O turno da tarde é mais atraente para as crianças e, por isso, quem tem filhos aproveita a ocasião para levá-los para assistir a um filme. O único consenso é a esperança dos brasilienses de que a realidade do Natal se estendesse para o resto do ano.

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