postado em 29/12/2011 19:43
A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal divulgou, nesta quinta-feira (29/12), uma nova versão para a morte do bebê de oito meses no Hospital Regional do Paranoá no último dia 20. Segundo a secretaria, o menino Igor Alves da Silva faleceu após ser infectado pela bactéria Streptococcus pyogenes. Com isso, a criança se torna a sexta vítima do microorganismo. Apesar da nota divulgada, a Polícia Civil manteve a exumação do corpo da criança, marcada para as 9h desta sexta-feira (30/12).A família suspeitava de erro médico em razão da denúncia de um enfermeira, que afirmou que uma dose muito alta de um calmante teria sido dada à criança. Segundo a nota técnica o menino morreu em razão do choque tóxico causado pela bactéria.
Igor foi levado ao hospital por duas vezes em razão de uma febre que persistia durante dois dias. Como a criança não melhorava, os médicos decidiram interná-lo. De acordo com a Secretaria de Saúde, o menino chegou a apresentar melhora após a internação mas, durante a noite, houve "piora do quadro da criança, de forma rápida e progressiva".
Por não haver vagas no Hospital Regional do Paranoá, os médicos solicitaram uma ambulância para levar a criança até a unidade de terapia intensiva (UTI) de Santa Maria. O menino morreu antes mesmo de chegar ao outro hospital.
Os familiares da criança já receberam medicamentos preventivos, segundo a nota. O material do bebê foi coletado para exame antes de sua morte, mas o laudo, realizado pelo Laboratório Central de Saúde Publica (Lacen), só saiu ontem.
Confira abaixo a íntegra da nota
Nota Técnica N; 14/2011 ; DIVEP/SVS/SES/DF
1. A Subsecretaria de Vigilância em Saúde do Distrito Federal (SVS/SES-DF) informa que o óbito ocorrido em 20 de dezembro de 2011, no Hospital Regional do Paranoá, foi em decorrência da Síndrome de Choque Tóxico (SCT) devido ao Streptococcus pyogenes.
2. Trata;se de uma criança de nove meses que foi atendida no dia 19 de dezembro às 14 horas apresentando febre há dois dias, acompanhada por inapetência progressiva. A mesma já havia sido atendida no mesmo serviço em duas ocasiões diferentes, apresentando apenas febre alta.
3. A criança apresentava comprometimento do estado geral (palidez cutânea, hipotermia, discreta cianose perioral, taquipnéia e dispnéia) e apresentação de petéquias/púrpuras, quando foi diagnosticado inicialmente como doença meningocócica, e realizada a investigação epidemiológica e a quimioprofilaxia nos contatos e familiares.
4. Após a internação e o uso de antimicrobiano houve melhora do quadro, porém, à noite houve piora do quadro da criança, de forma rápida e progressiva, regulada para vaga em Unidade de Terapia Intensiva, quando houve a suspeita da Síndrome do Choque Séptico, coletado espécimes clínicas para exames laboratoriais, e apoio respiratório artificial e drogas vasoativas.
5. Foi constatado óbito em 20 de dezembro.
6. Em 29 de dezembro de 2011 o Laboratório Central de Saúde Publica (Lacen/DF) emitiu o laudo confirmando a presença do Streptococcus pyogenes em espécimes coletadas da referida criança.
7. Dessa forma, seguindo a Nota técnica N; 13/2011 ; DIVEP/SVS/SES/DF todas as ações de prevenção e controle estão sendo realizadas aos contatos e domiciliares.
8. Para todos os casos suspeitos o seguinte fluxo deve ser realizado: Notificar imediatamente aos núcleos de vigilância epidemiológica pelos seguintes telefones:
9. Diariamente de 8 às 18 horas: Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunizações (GVEI) - F. 33237461
10. Outros horários (24h ao dia): Centro de Informações Estratégicas e Respostas de Vigilância em Saúde (CIEVS) ; F. 080064457089 / 98223447 / 39017642
11. Até o momento foram confirmados 09 casos no DF, sendo seis óbitos e três curas.
Sônia Geraldes
Diretoria de Vigilância Epidemiológica
DIVEP/SVS/SES-DF
José Carlos Valença
Sub Secretário de Vigilância á Saúde
SVS/SES-DF
Brasília, 29/12/2011