Com um tiro na cabeça, uma criança de 7 anos morreu cerca de 20 minutos após ser atendida no Hospital de Base do DF (HBDF) em estado gravíssimo, na manhã desta sexta-feira (30/12). O menino estava em um Palio acompanhado por outras três pessoas entre elas, um detento do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) -- de regime semi-aberto --, beneficiado pelo saidão do Ano Novo. De acordo com agentes da 8; Delegacia de Polícia (Setor de Indústria e Abastecimento, SIA), o carro foi abordado por um Astra, na altura do viaduto Ayrton Senna, e houve troca de tiros.
Segundo o diretor presidente do hospital, Paulo Henrique Mota, a criança chegou ao centro de saúde com quadro clínico muito delicado. A bala atravessou a cabeça e o garoto teve perda de massa encefálica. Os médicos estabilizaram a vítima e ela foi levada ao HBDF. "Nós priorizamos o atendimento, socorremos as vítimas e depois fizemos a transferência para o Hospital de Base, que costuma receber casos como esse", explicou Mota.
O detento, Cristiano Afonso, 31 anos, foi atingido na cabeça, no braço e no tórax. Um tiro também atingiu o pai da vítima nas costas. Inicialmente, o menino e o detento foram encaminhados para o Hospital São Mateus, no Cruzeiro Velho, ao lado da Epia, mas depois foram transferidos para o Hospital de Base. O detento passa por uma cirurgia. Cristiano é pai de três crianças pequenas e cumpria pena há dois anos por estelionato, tráfico de drogas e outras infrações.
Tiroteio
Segundo consta na ocorrência, o pai do garoto estava dando carona para o sobrinho do detento, que chegou a pagar a gasolina pelo trajeto, que acabou custando a vida do menino. Em depoimento, o sobrinho alegou que já sabia que o tia estava jurado de morte, tendo sido vítima de tentativa de assassinato outras três vezes. Na tentativa de protegê-lo, o rapaz comprou um revólver calibre. 38 no Vale do Amanhecer por R$ 500. Do Astra partiram 10 tiros enquanto que do Pálio foram disparados sete tiros.
Em depoimento, o pai da vítima afirmou não ter visto tiros partindo do sobrinho do detento. A Polícia Civil irá investigar o histórico de Cristiano para descobrir possíveis desavenças envolvendo gangues locais.