Cidades

Negócios criados pela Copa movimentarão R$ 1,6 bilhão no DF

postado em 01/01/2012 08:15
O produtor Fernando Borges quer aproveitar o Estádio Nacional para trazer a Brasília megaespetáculos
A economia do Distrito Federal poderá chegar a 2022 com o avanço natural de uma cidade em desenvolvimento. Ou poderá ter aproveitado o legado da Copa do Mundo de 2014 para transformar radicalmente o setor produtivo. Durante 393 dias ; da abertura da Copa das Confederações, um ano antes, à final do Mundial ;, Brasília ganhará projeção internacional. Terá uma grande oportunidade de impulsionar o turismo, preparar melhor a mão de obra, ampliar as redes de hotelaria e de gastronomia e tornar o transporte público mais útil à população.

Até o pontapé inicial do maior evento futebolístico do mundo, 58,3 mil vagas serão abertas nos setores de serviços e de comércio, segundo levantamento do Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do DF (Sebrae). Os negócios criados pela Copa movimentarão em torno de R$ 1,6 bilhão. O mesmo estudo calcula pelo menos R$ 1,7 bilhão em investimentos na infraestrutura do DF. Somente o Estádio Nacional de Brasília, com capacidade para 70 mil espectadores e previsão de conclusão em dezembro de 2012, custará R$ 671 milhões.

Em 10 anos, a capital federal também deverá ter sediado a Universíade, a terceira maior competição poliesportiva do mundo. A vila olímpica para abrigar os universitários será construída nas proximidades do antigo Jockey Clube, perto de Vicente Pires e da Estrutural. Espera-se que a preparação da cidade para todos esses eventos inclua, ainda, a ampliação de rodovias e da rede hoteleira, o surgimento de novas formas de transporte, a reforma do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, a abertura de restaurantes e o lançamento de programas de qualificação de trabalhadores.

Responsável pelas políticas do governo local voltadas para a Copa, Cláudio Monteiro não tem dúvida de que, em 2022, a cidade colherá os resultados de ter sido uma das sedes do Mundial. ;O evento vai consolidar a vocação real da cidade;, diz ele, ao comentar o que classifica de ;legado imaterial;. Monteiro aposta na Brasília do turismo cívico, fortalecido pelo título de capital administrativa e pelas obras de Oscar Niemeyer a céu aberto. ;O mundo vai conhecer o Brasil, além das praias do Rio de Janeiro e das indústrias de São Paulo;, acredita.

Atrativos

Entre as obras de preparação da cidade para a Copa, Monteiro destaca o Estádio Nacional, projetado para ser o melhor espaço de shows da América Latina. ;A arena é um investimento de desenvolvimento econômico;, considera. Para valer o investimento milionário em uma cidade que não possui tradição alguma em futebol, empresários se programam para trazer importantes atrações a Brasília, tendo o novo estádio como principal argumento. Com o fim dos jogos, a expectativa é de que seja montada uma agenda permanente de eventos culturais de médio e grande portes.Atualmente, apesar de ter público promissor, a capital do país fica fora da turnê de bandas internacionais por falta de espaço para a realização dos shows.

De maneira improvisada e com estrutura precária, festas são organizadas no estacionamento da arena em obras. ;Hoje, é um desespero conseguir lugar para grandes eventos em Brasília;, confirma o produtor Fernando Borges, 29 anos. Ele espera, em 2022, estar à frente de megaproduções no Estádio Nacional. Com o lugar inaugurado, o mercado também estima que ficará mais fácil captar recursos para as festas.

Disputa

Brasília pleiteou, em 2011, receber a Universíade em 2017. A Federação Internacional de Esporte Universitário (Fisu), porém, decidiu que a sede da competição será Taiwan, na China, vencedora por 13 votos a nove. A capital federal deve voltar a concorrer à edição de 2019.

R$ 1,6 bilhão
Valor da movimentação de dinheiro no DF por conta dos negócios criados pela Copa

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