postado em 03/01/2012 08:18
Assim como no caso da indústria, não se pode esperar da agricultura uma posição protagonista na economia do Distrito Federal. O que é bem diferente de não tê-la como atividade que oferece cada vez mais boas oportunidades. As mesmas restrições físicas que dificultam a instalação de grandes fábricas impedem a expansão das lavouras na capital do país. O caminho para os próximos anos será a modernização da produção nas áreas rurais, praticamente toda ocupadas.
Em 2022, as plantações de grãos ; especialmente milho, soja, feijão e trigo ; deverão continuar despontando. A produção de hortaliças e a avicultura em terras candangas também seguirão como uma das mais modernas do país. Os maiores ganhos são esperados na fruticultura e na floricultura. Se o mercado de flores mantiver crescimento de 20% ao ano, Brasília poderá se destacar ainda mais no ranking nacional em termos de faturamento. A produção de frutas também ocupa papel importante, como é o caso do morango. Brazlândia, cidade localizada a cerca de 45km do centro da capital, é considerada o maior polo produtor da Região Centro-Oeste. Segundo especialistas, os dias quentes e as noites frias ; típicas da área ; são ideais para que o fruto amadureça corretamente.
A maior expectativa dos produtores rurais do DF que ocupam terras públicas é quanto à solução dos antigos imbróglios em torno das escrituras. Em 10 anos, eles pretendem poder usar os terrenos como garantia para solicitar financiamentos. Hoje, os agricultores perdem a oportunidade de usufruir de linhas de crédito com condições facilitadas porque não conseguem convencer as instituições financeiras de que podem arcar com o compromisso.
Impulso
Se conquistarem a posse das terras, os produtores terão grande chance de impulsionar a agricultura local. Livres para aplicar investimentos maciços nas lavouras, poderão modernizar as produções e agregar valor aos produtos primários. ;Somos o maior mercado da Região Centro-Oeste. Acredito no potencial do Distrito Federal. Podemos chegar a 2022 com um grande salto na agroindustrialização;, comenta o atual secretário de Agricultura, Lúcio Valadão.
O setor movimenta atualmente em torno de R$ 704,5 milhões por ano, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do DF. Com os investimentos em tecnologia, estima-se que, em 10 anos, a participação da agricultura no conjunto de riquezas da capital federal triplique, alcançando 1,5% do total. Caso a projeção se confirme, o trabalho desenvolvido por agricultores e pecuaristas representará um montante de, pelo menos, R$ 2,1 bilhões.
Hoje, existem cerca de 18 mil estabelecimentos rurais no DF. Até 2022, esse número deve mudar pouco. Até porque não há para onde expandir além da Bacia do Rio Preto, das regiões de Planaltina, do Paranoá, de São Sebastião, de Brazlândia, do Gama e de Vargem Bonita. As regiões administrativas mais antigas possuem áreas rurais. Por isso, a agroindustrialização será fundamental para preservar os ambientes produtivos, impondo limites ao avanço desenfreado do mercado imobiliário.
Autonomia
No planejamento de Brasília, várias áreas rurais foram doadas a fim de garantir o abastecimento da região.
O modelo fundiário estabelecido, no entanto, acabou ultrapassado. Hoje, os agricultores que ocupam terras públicas têm necessidade de
ganhar a autonomia das terras.
Lucrativo
Atualmente, o DF desponta como o terceiro maior mercado consumidor de flores e plantas ornamentais do Brasil.
As quase 300 floriculturas instaladas na capital movimentam cerca de
R$ 130 milhões por ano. O território candango abriga 110 produtores que cultivam flores e folhagens de corte, flores em vasos, plantas ornamentais, palmeiras e gramas.