Helena Mader
postado em 10/01/2012 07:39
Para melhorar as condições de vida nas favelas do Distrito Federal, o governo vai investir em obras de infraestrutura, com a construção de rede de drenagem, pavimentação e edificação de casas populares. Como o Correio mostrou na edição de ontem, há 36 loteamentos de baixa renda na capital federal e, em todos eles, faltam benfeitorias e serviços públicos. Ao todo, 133 mil brasilienses vivem nessas condições. Muitos dos investimentos serão feitos em parceria com o governo federal, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os moradores também cobram mais celeridade na regularização fundiária das áreas.
O Setor Sol Nascente, em Ceilândia, é a segunda maior favela do Brasil, de acordo com dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, 56.483 pessoas vivem na região, que sofre muito com a falta de infraestrutura. O governo conseguiu captar R$ 220 milhões da União para urbanizar a área, mas o GDF terá que investir outros R$ 10 milhões, como contrapartida.
Parte desses recursos será usada para a construção das redes de esgoto do Setor Sol Nascente. Essa é uma das obras mais urgentes, de acordo com a comunidade do local. No bairro, há ruas com esgoto a céu aberto, já que as fossas não suportam o volume de dejetos produzido pelos milhares de moradores. As equipes do governo começaram as obras do sistema de esgotamento em 9 de dezembro e o trabalho deve durar 21 meses.
Inicialmente, serão beneficiados os domicílios dos trechos 1 e 2. Para fazer a rede de esgoto do trecho 3, será preciso aguardar o processo de licenciamento ambiental. A implantação do sistema está orçada em R$ 8,7 milhões. Serão construídas ainda 2.150 casas populares no Sol Nascente, das quais 245 devem ser entregues até junho. Famílias que estão em áreas de risco terão que ser realocadas dentro do próprio bairro.
Escrituras
Outra região classificada como favela pelo IBGE, a Vila Estrutural, foi regularizada no fim de 2011. Agora, falta apenas a liberação das escrituras, processo que deve ser concluído ainda no primeiro semestre, segundo o GDF. Também está prevista para este ano a abertura de uma escola técnica e de um centro de ensino integral. Mas a comunidade está preocupada com o crescimento desordenado da área. ;As novas invasões não param. Assim fica difícil fazer obras na cidade, porque vira uma bola de neve;, reclama o presidente do Conselho das Prefeituras Comunitárias da Vila Estrutural, João Joaquim Batista, que denuncia o surgimento de 2 mil novos barracos.
Na Vila Rabelo, onde vivem 1.726 pessoas, um dos grandes problemas está nas áreas de risco. No ano passado, 163 famílias que moravam em locais com chances de desmoronamento foram removidas e ganharam novos lares. Agora, todos receberão os termos de concessão de uso ; documento que autoriza a liberação de alvará de construção.
Além das obras de infraestrutura, outra aposta para melhorar a vida de quem vive em favelas no Distrito Federal é o programa DF sem Miséria, cujo objetivo é erradicar a extrema pobreza até 2014. Entre os trabalhos desenvolvidos está a unificação dos cadastros dos programais sociais, para evitar fraudes, além da construção de centros de assistência social.