postado em 10/01/2012 08:24
Um assassinato premeditado e com requintes de crueldade. Assim, a Polícia Civil define o crime que tirou a vida da camareira Cleyjeane de Lima, 26 anos, em 29 de outubro do ano passado, em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O corpo da vítima só foi localizado na manhã do último domingo, depois de o acusado de ter praticado o crime, Isaque Conceição de Sousa, 29, indicar aos policiais o local onde enterrou o corpo da ex-companheira. Ontem, investigadores da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) apresentaram o criminoso, preso no último dia 5 no estado do Maranhão, e garantiram que o vigia matou por ciúmes.
De acordo com o diretor adjunto da DRS, Jonas Bessa, o crime começou a ser investigado em 7 de dezembro de 2011, quando Rosilene Mendes da Costa, 37 anos, amiga da vítima, registrou uma ocorrência do desaparecimento de Cleyjeane na 26; Delegacia de Polícia (Samambaia). ;Ela (a vítima) tinha pedido demissão do trabalho para cuidar de uma das filhas, que está com câncer e mora no Maranhão com a avó. Mas como ela sumiu e não buscou nem o dinheiro da rescisão, o Isaque inventou que ela tinha ido embora para Portugal trabalhar como dançarina;, contou Rosilene Mendes à reportagem.
A colega da camareira informou ainda que o relacionamento do casal era marcado por muitas brigas. ;A Cleyjeane chegou a denunciá-lo várias vezes após agressões, mas acabava retirando as queixas, justificando que gostava dele;, completou Rosilene. A vítima e o acusado, de acordo com a polícia, moraram juntos em Samambaia entre 2006 e 2010. ;Ficaram separados por um tempo e reataram o relacionamento em junho de 2011, mas os dois não moravam mais na mesma casa. A camareira visitava o companheiro em Planaltina de Goiás nos fins de semana;, disse o delegado cartorário da DRS, Paulo Renato Fayão.
Condomínio popular
E foi durante um desses encontros que Isaque teria assassinado a companheira. O homicídio ocorreu na Vila Mutirão, Setor Aeroporto, onde o acusado trabalhava como vigia em um condomínio de casas populares em construção. No dia seguinte ao assassinato, ele fugiu para o Maranhão e só foi localizado na quarta-feira passada na cidade de Paulo Ramos (MA). De acordo com o diretor Jonas Bessa, o acusado teria planejado o assassinato. ;O condomínio em que ele morava é desabitado. Não teria ninguém para ouvir o que estava acontecendo. O Isaque agrediu a ex-companheira com um chute e três pauladas na cabeça. Ao notar que Cleyjeane estava morta, ele tentou se livrar do corpo e o enterrou perto da casa onde ele trabalhava, depois queimou um colchão em que ela estava e os pertences dela;, detalhou Bessa.
Também de acordo com Jonas Bessa, após o desaparecimento da vítima, Isaque comentava com conhecidos que Cleyjeane teve o que mereceu e que tinha ido para o inferno. O comportamento do acusado assustou colegas que trabalharam com ele. ;Ele demonstrava ser boa gente, mas eu sempre o ouvia brigando pelo telefone com a ex-mulher;, disse Lauro Matos de Oliveira, 26 anos, servente de pedreiro.
Cleyjeane deixou dois filhos, que têm 5 e 7 anos e moram no Maranhão com a avó. As crianças são frutos de um relacionamento anterior da vítima. O vigia, que não tinha antecedentes criminais, está preso no Departamento de Polícia Especializada (DPE) e responderá por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Se condenado, Isaque Conceição poderá pegar de 12 a 33 anos de prisão.