Cidades

Consumidores do DF mudam de empresa de telefonia fixa mais do que móvel

Em 2011, das 209.387 migrações, 55% foram para as empresas que oferecem linhas fixas. Mudança revela aumento da concorrência

postado em 11/01/2012 08:00
Os brasilienses estão mais interessados em trocar a empresa de telefonia fixa do que a móvel, segundo os dados divulgados nesta semana pela ABR Telecom, gestora da portabilidade numérica no Brasil. Conforme o balanço da instituição, 55% das 209.387 migrações efetuadas no Distrito Federal em 2011 foram mudanças de operadoras de números fixos, enquanto 45% referiram-se a celulares. A realidade é oposta à nacional, pois no mesmo período, no país, a maioria das alterações ; 63% de 5,37 milhões ; foram solicitadas para aparelhos móveis.

Ainda de acordo com números da ABR Telecom, de 2010 para 2011 a quantidade de usuários que aderiram à portabilidade no DF cresceu 22%, a um ritmo mais acelerado do que o acréscimo de 18,37% verificado no Brasil. A explicação para a preferência dos moradores de Brasília e área metropolitana por migrar do serviço fixo pode estar na ampliação da concorrência, já que por muitos anos uma única empresa administrou as linhas residenciais da região. Só recentemente mais operadoras passaram a integrar o mercado local.

Para Eduardo Tude, presidente da consultoria em telecomunicações Teleco, a competição entre as empresas que ofertam serviços de telefonia fixa se aprofundou nos últimos anos graças à disseminação dos pacotes. ;A concorrência está aumentando por causa desses combos, que integram telefone, internet e televisão;, avalia.

Tendência
Segundo Tude, a tendência geral da portabilidade tem sido a concentração das solicitações de troca na telefonia móvel. ;Mas nem sempre pelo fato de a pessoa querer mudar a operadora de celular ela vai recorrer à portabilidade. Ela é atraente para quem precisa manter o número, em geral por questões profissionais. Mas há muitos usuários de linhas pré-pagas que não se importam tanto com isso, preferem comprar um novo chip;, comenta.

O aposentado João Mário Gusmão de Araújo, 65 anos, aproveitou a chegada de uma nova operadora ao Distrito Federal para fazer a migração de sua linha fixa. ;A empresa ligou me oferecendo internet com velocidade maior e 50 minutos para falar ao telefone. Eu pagava R$ 89,90 e passei a pagar R$ 24,90. Para mim, foi excelente;, conta ele, que fez a transferência em novembro do ano passado. Apesar de satisfeito, o aposentado opina que a atuação das empresas de telecomunicações ainda deixa muito a desejar no Brasil.

A dona de casa Rosimeire Maria da Silva Ferreira, 48 anos, também efetuou a troca e se diz satisfeita por atualmente existirem mais opções de empresas do que no passado. ;Antigamente, só tinha uma. Hoje, dá para escolher e exigir mais;, opina.

O economista Roberto Piscitelli acredita que a migração entre os usuários da telefonia fixa no DF pode estar mais ligada à insatisfação dos clientes do que a um aumento de competitividade entre as operadoras. ;Eu acho que tem muito a ver com a qualidade dos serviços. Pode ser que não estejamos bem servidos e que o nível de descontentamento seja maior em relação aos números fixos;, pondera.

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