Cidades

Justiça concede soltura a religioso acusado de estuprar meninas de 12 e 13

Acusado de pedofilia, pároco que atuava na região do Tororó conseguiu liberdade provisória. Ele é suspeito de estuprar duas garotas

Adriana Bernardes
postado em 13/01/2012 07:00
Religioso ao ser apresentado pela polícia após ser preso.

A Justiça concedeu ontem a liberdade provisória para o padre Evangelista Moisés de Figueiredo, 49 anos, acusado de estuprar duas meninas, uma de 12 e outra de 13 anos. O juiz da 6; Vara Criminal, Sebastião Coelho, acatou os argumentos do advogado Cleber Lopes, defensor do religioso. ;Além da conclusão do inquérito, a Diocese já o afastou das atividades até o encerramento do processo judicial. O juiz entendeu que não havia mais necessidade de deixá-lo preso;, informou Lopes.

Apesar de deixar a cadeia, o padre não poderá ter contato com as vítimas. Também está proibido de sair do Distrito Federal sem a autorização da Justiça, além de manter o endereço atualizado. O advogado dele não revelou se ele voltará ou não para casa.
[SAIBAMAIS]
Ao saber da decisão, a mãe das garotas se mostrou apreensiva. ;Ele (padre) já nos ameaçou uma vez. Não sabemos do que é capaz;, resumiu a mulher, que tem o nome preservado em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O religioso trabalhava na Paróquia de São Francisco de Assis, na região do Tororó, próximo a São Sebastião.

Duas semanas antes de ser preso, em 30 de dezembro do ano passado, o padre Evangelista teria feito ameaças aos parentes de cinco das seis vítimas de pedofilia. Ele descobriu que os jovens haviam contado sobre os abusos a um familiar e ao Conselho Tutelar. O caso parou na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). As supostas vítimas e o padre foram intimados a prestar depoimento.

O religioso não chegou a receber a notificação, mas, segundo uma das adolescentes abusadas, ao tomar conhecimento dos fatos, ele telefonou para a casa da família e fez intimidações. ;Eu falei que contaria tudo o que ele estava fazendo com a gente. Foi então que ele disse que o que ;era do meu pai estava guardado e isso seria só o começo;;, contou uma das meninas. A Justiça concedeu, então, um mandado de prisão contra ele, 14 dias após o início da investigação. Agentes da DPCA e da Divisão de Operações Especiais (DOE) realizaram a prisão do acusado. Até as 23h de ontem, o padre não havia deixado o Departamento de Polícia Especializada, ao lado do Parque da Cidade.

Colaboraram Ariadne Sakkis e Roberta Abreu

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação