postado em 24/01/2012 07:56
A inflação no Distrito Federal fechou o ano acima da média nacional. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apontou pressão inflacionária de 6,66% em terras candangas contra 6,36% no Brasil. Levando-se em conta somente dezembro último, a inflação local subiu 0,72% na comparação com novembro. A pressão inflacionária anual foi puxada principalmente pela disparada no custo de alguns alimentos.
Entre os alimentos que ficaram mais caros em 2011, dois produtos que são presença constante na mesa das famílias brasileiras lideram o ranking: o tomate o pão francês. O primeiro teve elevação de 113,05% no preço e o segundo, de 38,17%. Enquanto chuvas fortes afetaram as lavouras do fruto ao longo de todo o ano passado, o pãozinho foi prejudicado pela oferta em baixa da farinha de trigo no mercado internacional. ;O tomate deve encontrar espaço para quedas em seus preços assim que o clima permitir;, informa André Braz, economista da FGV e responsável pelo IPC-S.
Também subiram acima dos dois dígitos o mamão papaya (alta de 33,25%), a carne moída (aumento de 24,52%) e o frango em pedaços (14,98%). Além dos artigos para alimentação caseira, gastos com passagem aérea e refeição em restaurante contribuíram para elevar o custo de vida do morador do DF em 2011, cravando aumentos respectivos de 27,73% e 12,65%. O aluguel e o condomínio residencial fecham a lista dos gastos que apresentaram as maiores elevações: o primeiro ficou 8,55% mais caro e o segundo, 5,10%.
Alguns alimentos ficaram mais baratos, como a batata-inglesa, que teve queda de 16,96% no ano, e laranja-pera, cujo preço recuou 6,85%. Na avaliação do economista Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília (UnB), o encarecimento dos itens que vão para a mesa do brasileiro pode ser associado à combinação de clima, demanda interna e efeitos da crise internacional sobre os preços das commodities. ;A economia estava bastante aquecida. Por outro lado, houve aumento significativo da cotação das commodities no âmbito mundial. Isso tem repercussão aqui dentro;, destaca.
Dicas
Enquanto as chuvas continuarem afetando as safras e encarecendo alimentos ;especialmente aqueles do tipo in natura, cujo preço depende fortemente dos fenômenos climáticos ;, a saída para a compra de supermercado não extrapolar o orçamento é fazer adaptações naquilo que vai para a mesa. O economista André Braz, da FGV, aconselha as famílias a evitarem comidas que sofreram elevação pesada. ;A dica é pesquisar, substituir quando for possível e comprar em pequenas quantidades.;
O vigilante Jaime José dos Santos, 50 anos, leva a sério a pesquisa de preços. Tira um dia para percorrer vários supermercados da região do Cruzeiro, onde mora com as duas irmãs, e compra os itens mais baratos de cada um. ;Compensa, porque os estabelecimentos são muito próximos um do outro. Pego panfletos de promoção e já vou me guiando por eles;, relata.
Variação em 2011
Em alta
Tomate 113,05%
Pão francês 38,17%
Mamão papaya 33,25%
Passagem aérea 27,73%
Carne moída 24,52%
Frango em pedaços 14,98%
Refeição em restaurante 12,65%
Aluguel residencial 8,55%
Condomínio residencial 5,10%
Em queda
Batata-inglesa -16,96%
Laranja-pera -6,85%
Abacaxi -4,78%
Tarifa de eletricidade -3,58%
Feijão carioquinha -3,58%
Maçã -3,48%
Licenciamento/IPVA -4,46%
Computador -2,06%
Fonte: Fundação Getulio Vargas