Cidades

Após polêmica, começam as obras de reforma na Casa do Estudante da UnB

postado em 25/01/2012 07:41
A previsão é de que a intervenção seja concluída  em até um ano
Após muita polêmica, começaram na segunda-feira as obras para a reforma da Casa do Estudante Universitário (CEU), da Universidade de Brasília (UnB). No início do ano, em 9 de janeiro, a construtora Caenge S.A. assinou o contrato com a instituição. A previsão é de que o trabalho seja concluído em 360 dias. A saída dos cerca de 250 alunos, que vivem nos 98 apartamentos, ocorreu de forma gradual e sob protestos por parte de alguns deles. Os moradores se recusavam a deixar o local afirmando não ter para onde ir. A obra vai custar R$ 9,3 milhões.

O projeto para a reforma existe desde 2008 e chegou a ser licitado em janeiro de 2009. Segundo Alberto de Faria, diretor do Centro de Planejamento (Ceplan) da UnB, debates sobre a desocupação do local adiaram os trabalhos. ;Os alunos promoveram reuniões para discutir a reforma e a mudança durante esse período, que se estenderam em 2010. Em 2011, houve uma nova licitação;, explicou.

Segundo ele, moradores e estudantes da universidade protelaram a execução. Até o fim de 2012, os blocos estarão prontos. Entre as mudanças estão previstas a instalação de quatro elevadores (não há nos prédios antigos) e a adaptação de dois apartamentos para portadores de necessidades especiais.

Na primeira etapa da obra, que deve levar 60 dias, será realizada a limpeza dos prédios e a remoção de materiais como tubulação, pisos, vasos e paredes. ;O projeto prevê a substituição de alguns trechos por estrutura metálica, atendendo a um relatório feito pela UnB. Serão trocadas também luminárias, janelas, vidros e instalações elétricas;, completou. Os dois blocos, construídos em 1973, nunca passaram por grandes intervenções. Segundo o diretor do Ceplan, os custos da reforma saíram do Programa Nacional de Assistência Estudantil, do Ministério da Educação (MEC).

Desde o início do ano passado, os estudantes promoveram protestos contra a desocupação da CEU. Em agosto, a água e a luz chegaram a ser cortadas para forçar a saída de cerca de 30 estudantes que permaneciam no local. No mesmo mês, o último morador deixou o local. Segundo a assessoria de imprensa da UnB, parte dos alunos aceitou o auxílio-moradia, no valor de R$ 510, enquanto outros foram encaminhados para apartamentos da instituição, durante o período das obras.


Denúncia de assédio moral
Trabalhadores terceirizados da PH Service, responsável pelo serviço de portaria da UnB, denunciaram irregularidades na empresa. Os problemas relatados passam por assédio moral, coerção de funcionários, nepotismo e faltas sem as coberturas exigidas em contrato. Um exemplo de coerção, segundo funcionários, é um comunicado de junho de 2011, que dizia que quem aderisse à greve relativa ao reajuste salarial seria advertido formalmente. Será estudado pela administração da UnB um novo mecanismo de conferência e reposição de faltas. Sobre a acusação de nepotismo, a universidade informou que vai apurar as denúncias. A empresa foi contratada em fevereiro de 2010 e recebeu uma multa da instituição no valor de R$ 23,6 mil, em fevereiro de 2011, por manter quantidade insuficiente de pessoal nos postos em eventuais faltas.

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