Os vigilantes do Distrito Federal (DF) acabam de decretar greve da categoria por tempo indeterminado. Em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (26/1), os funcionários se demonstraram insatisfeitos com as condições de trabalho. Eles reivindicam ticket de alimentação de R$ 25 por dia, 15% de reajuste salarial, além do reajuste de 8,33% em gratificações por risco de vida.
Segundo o presidente do Sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF), Jervalino Rodrigues Bispo, há 16 meses a categoria não recebe qualquer tipo de adequação nos benefícios estabelecidos entre empresas e funcionários.
De acordo com Bispo, as condições de trabalho não são boas e são muito perigosas. "Nós somos alvo de bandidos todos os dias", protesta. O presidente acredita que 90% da categoria deve cruzar os braços a partir desta sexta-feira (27/1).
[SAIBAMAIS]A paralisação irá prejudicar uma média de 55 empresas que reforçam a segurança com vigilantes do DF. Os bancos serão os maiores afetados, já que, em função de uma , é proibida a abertura das agências sem a participação dos seguranças. Segundo Jervalino Bispo, existem cerca de 20 mil vigilantes trabalhando em Brasília.
O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletronica , Cursos de Formação e Transporte de Valores (Sindesp-DF), Irenaldo Pereira Lima, afirma que foi apresentada uma contraproposta de 16,68%, que incluiria 9,94% de inflação acumulada pelos 16 meses sem reajustes salariais e 7% em gratificações por risco de vida, além de aumento no ticket de alimentação de R$ 13,5 para R$ 17. Segundo Irenaldo, o acordo não foi aceito pelos vigilantes.
Greve atinge hospitais
Após as 20h, os vigilantes passaram a ser avisados da greve e deixaram gradualmente seus postos nos hospitais públicos. Os hospitais regionais de Ceilândia (HRC) e de Taguatinga (HRT) irão virar a madrugada sem os seguranças. Já o Hospital de Base colocou auxiliares de limpeza para cuidar do acesso do portão da emergência. Uma viatura da Polícia Militar foi enviada para o local para garantir a segurança dos pacientes, que continuaram sendo atendidos.
No Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), alguns vigias à paisana continuaram cuidando de alguns pontos essenciais de acesso à unidade. Eles tiraram os uniformes com medo de represálias do sindicato. Já o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), ficou sem ninguém vigiando a entrada do Pronto Socorro. Dois policiais militares permaneceram de plantão no local, mas a pediatria funcionou a madrugada toda a portas fechadas. Pacientes tiveram de bater e se identificarem para os médicos antes de entrarem.
O Sindesp irá se reunir nesta sexta-feira às 9h para discutir as medidas que serão tomadas em relação à greve.
O que diz a lei:
A lei federal 7.102/93, que garante a segurança para estabelecimentos financeiros, diz que "é vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário que não possua sistema de segurança". Em outro artigo, a lei afirma que "o sistema de segurança referido (...) inclui pessoas adequamente preparadas, assim chamadas vigilantes".