Cidades

Após investigação de duas semanas, homem é preso por venda irregular de gás

Braitner Moreira
postado em 27/01/2012 06:30
Uma operação deflagrada ontem às 7h pela Delegacia Especial de Meio Ambiente (Dema) resultou na prisão de João Pereira Lemos, 41 anos, pela comercialização irregular de gás de cozinha no Cruzeiro. A polícia investigava o caso havia duas semanas, depois de ter recebido uma denúncia anônima da comunidade vizinha ao ponto de venda. A primeira operação do tipo realizada neste ano apreendeu 66 botijões, sendo 40 deles cheios, e seis caminhonetes. João Pereira parava os veículos no estacionamento externo de um depósito desativado para distribuir o produto 24h.

Segundo o delegado Haílton Cunha, vizinhos denunciaram a venda ilegalDe acordo com a Dema, o DF tem 470 pontos de venda de gás regularizados, enquanto 3 mil distribuem botijões sem licença. No mês passado, a polícia prendeu outras 18 pessoas em Ceilândia, Riacho Fundo, Ponte Alta, Candangolândia, Arniqueira e Vila Estrutural. Apreendeu também mais de 6 mil botijões e 21 veículos, que devem ir a leilão. Em 2011, a Dema recolheu 15 mil bujões irregulares e mais de 100 carros.

Site
O dono do comércio do Cruzeiro tinha autorização pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para vender o gás no Conjunto D da Quadra 34 do Paranoá. Mas o Gás Emanuel era um depósito de fachada. João Pereira montou um site, o www.facilgas.com.br, para anunciar a comercialização em outras localidades. Ele usava o estacionamento externo de um antigo depósito, na Quadra 1.101 do Cruzeiro Novo.

As especificações do tombamento da região central do DF não autorizam a presença de depósitos de gás de cozinha. Os moradores do Cruzeiro que o denunciaram contaram ao titular da Dema, Haílton Cunha, que observavam as caminhonetes havia muito tempo. ;Resolveu levar os produtos para o Cruzeiro porque estava lucrando pouco. Mas, se ele quisesse vender em outro lugar, não teria problema algum desde que não deixasse o gás exposto ao sol e à chuva dessa forma;, explicou o delegado.

Os botijões ficavam armazenados dentro dos veículos, a céu aberto, próximo a uma parada de ônibus e em um local com grande fluxo de pedestres, o que representava risco à população. ;Se, no Rio de Janeiro, o gás que ficava bem guardado causou tantos problemas, imagine só quando o gás não está bem armazenado;, comparou Cunha, referindo-se à explosão do Restaurante Filé Carioca, na Praça Tiradentes, área central da cidade, em 13 de outubro passado, ocorrida devido ao uso clandestino de gás combustível. O episódio matou quatro pessoas e feriu 17.

João Pereira de Lemos foi preso em flagrante por crime ambiental e crime contra a ordem econômica, considerando que, para abrir um depósito pequeno com autorização da ANP, o interessado deve desembolsar cerca de R$ 30 mil. Se condenado, João pode pegar até nove anos de prisão.

Denuncie
Ligue para a ANP e informe sobre a venda clandestina de gás pelo número 0800-970-0267. A ligação é gratuita e pode ser feita sem a necessidade de a pessoa se identificar. As informações também podem ser passadas pelo número 197, da Polícia Civil do DF.

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