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Com início das aulas na rede pública, trânsito deve piorar nas vias do DF

No primeiro dia do semestre letivo, mais de 300 mil alunos retornaram às escolas particulares. Nas vias de acesso à W3 Sul, as retenções tornaram os percursos mais demorados. Mais de mil PMs controlaram o tráfego

Luiz Calcagno
postado em 31/01/2012 07:13
A 912 Sul, onde funcionam dois grandes colégios, foi um dos trechos mais congestionados nos acessos à W3
Motoristas de Brasília sofreram com o trânsito no primeiro dia de aula das escolas particulares. Mais de 300 mil estudantes voltaram para a classe, o que resultou em engarrafamentos principalmente nas saídas do Parque da Cidade para a Asa Sul. A lentidão atrasou a programação de quem tinha que deixar os filhos no colégio antes do trabalho.

A 912 Sul, com duas grandes instituições, o Sigma e o Colégio Santo Antônio e apenas um estacionamento público, concentrou boa parte do fluxo de veículos de passeio da Avenida W3 Sul. O apoio do Batalhão Escolar e de Trânsito da Polícia Militar não reduziu o desconforto da retenção nas vias próximas. Para monitorar o tráfego, a PM usou um helicóptero, além de motos.

No período da tarde, a grande quantidade de carros tumultuou novamente o trânsito nas vias de acesso às escolas. A PM acompanhou o início do ano letivo em diversas instituições de ensino privadas do Distrito Federal durante a Operação Volta às Aulas. A corporação aproveitou para distribuir folhetos com dicas de segurança no trânsito e de comportamento, a fim de que os estudantes não sejam vítimas de assaltos. Segundo o comandante do Batalhão Escolar, tenente-coronel Eduardo Leite Sousa, no entanto, o primeiro dia dos estudantes não provocou o caos nas vias de acesso ao Plano Piloto. ;É normal que haja engarrafamentos nos primeiros dias de aula. Estamos aqui para garantir a segurança no trânsito e a dos estudantes. Mais de mil policiais apoiaram os trabalhos;, disse.

No caminho das escolas, era intenso também o fluxo de pedestres
Amanhã, começam as aulas na rede pública, e a ação da PM se estenderá por 30 dias. O comandante do Centro de Polícia Comunitária da PM, tenente-coronel Helbert Borges Martins, ressaltou a importância da operação que, além de controlar o trânsito e garantir a segurança dos estudantes, entrou na sala de aula para debater temas como drogas e violência com os adolescentes.

;É um trabalho conjunto para prevenir os jovens. Focamos principalmente os alunos do 5; ano do ensino fundamental, mas também conversamos com os mais velhos;, explicou. De acordo com o coronel, é fundamental a participação da comunidade e da escola nas ações referentes à segurança pública. ;Embora seja um dever do Estado, como determina a Constituição Federal, a obrigação é de todos;, acrescentou.

Expectativa
Entre os pais que enfrentaram o engarrafamento nas proximidades das escolas particulares estava o oficial do Corpo de Bombeiros Vanderlei Faria, 50 anos. Ele foi do Guará para a 912 Sul, para levar os filhos, João Victor, 15, e Pedro, 11, e deixá-los em frente ao colégio. ;Gostei da organização da PM. Enfrentamos muito trânsito, acima do esperado, mas sem a operação (Volta às Aulas), teria sido muito pior;, afirmou.

A servidora pública Luciana Dittberner, 38 anos, reclamou do trânsito. ;Todo ano é assim. Um percurso que leva 10 minutos normalmente, dura mais de 30 nos primeiros dias;, reclamou.

O desconforto enfrentado pelos pais no trânsito nem de longe preocupava crianças e adolescentes. O reinício das aulas despertava muita expectativa em relação aos novos professores, às matérias, ao reencontro com os velhos amigos ou a fazer novas amizades. João Victor, mantido no mesmo colégio, disse que terá de ;entrar no ritmo novamente;. O irmão dele, Pedro, que foi para a mesma instituição, confessou que estava muito ansioso. ;Nos estudos, sei que vou ter que correr um pouco. Além disso, terei que fazer novos amigos, pois todos os meus colegas ficaram na outra escola.;

No caso da psicóloga Simone Angélica Nogueira, 43 anos, e da estudante Bárbara Nogueira, 15, a ansiedade vem em dose dupla. A jovem, que morava com a mãe em Unaí (MG) até o início do ano, não só avançou para o 2; ano do ensino médio, mas mudou de casa e vai viver com o irmão, na Asa Sul. ;Ela vem para Brasília estudar. E o coração de mãe fica apertado. Vou ficar sem meu bebê;, lamentou. A jovem vê as mudanças com otimismo. ;Para mim, está sendo bom. Vou ter mais responsabilidade, mas também mais liberdade. A expectativa é grande, porque tudo vai ser diferente a partir de agora, mas eu já tenho alguns amigos aqui (em Brasília) e isso ajuda a controlar a ansiedade;, afirmou.

Fique atento
Dicas de segurança para os estudantes

; Sempre usar o uniforme da escola, que ajuda a identificar o estudante em caso de acidente ou abordagem policial.

; No trajeto para escola ou para casa, caso feito a pé, procure andar em grupo, com colegas que sigam pelo mesmo caminhos.

; Não aceitar carona de desconhecidos e convites para entrar em casas de estranhos. Evitar falar com essas pessoas.

; Algumas escolas adotaram tablets como material obrigatório. É importante que estudantes evitem ostentar o equipamento, bem como celulares.

; Em caso de assalto, não reaja. Após a abordagem ou se testemunhar algum ato de violência, procure um policial do Batalhão Escolar ou telefone para o 190.

Fonte: Polícia Militar

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