Cidades

Menino de 11 que passou por transplante de coração em Brasília deixa a UTI

postado em 22/02/2012 21:05
A equipe médica responsável pelo menino de 11 anos que passou por um transplante de coração no dia 13 avalia como bastante satisfatória a evolução dele. De acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (22) pelo hospital, o paciente recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nessa terça-feira e já ocupa um quarto no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). Ainda nesta semana deve ser removido o marcapasso que precisou ser usado para o transplante.

Uma criança de nove anos que sofreu traumatismo craniano no Rio de Janeiro foi a doadora do coração. O paciente que recebeu o órgão sofria um grave problema cardíaco e esperava havia seis meses na fila da Central de Captação de Órgãos. As identidades do doador e do receptor são preservadas por questões éticas.

O sucesso da cirurgia foi graças ao empenho da equipe médica e à logística montada em poucas horas pelo Governo do Distrito Federal para realizar o transporte do órgão: foi preciso coordenar a retirada do coração no Rio de Janeiro, o horário de um vôo comercial com destino a Brasília, a recepção do órgão em solo candango por um helicóptero do Corpo de Bombeiro e a cirurgia do garoto de 11 anos no Instituto de Cardiologia. Todo o processo deveria ser concluído em até quatro horas para garantir que o coração transplantado de fato salvasse mais uma vida. As equipes conseguiram realizar essa complexa operação em três horas e meia, e hoje comemoram a recuperação do paciente.

Rotina
A meta do GDF é ampliar o número de procedimentos desse tipo e transformar a capital da República em referência nacional para transplantes. A tendência é que essas cirurgias tornem-se mais comuns. O Distrito Federal foi credenciado em novembro do ano passado para realizar transplantes de fígado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No dia 13 de janeiro, após três anos sem a realização de transplantes desse órgão no DF, foi realizada com sucesso cirurgia pela Secretaria de Saúde, em parceria com o ICDF.

Para coordenar todo o processo de doação e transplante de órgãos, o DF conta com a Central de Captação de Órgãos, da Secretaria de Saúde. A instituição é responsável por cadastrar receptores de órgãos e tecidos do DF, detectar possíveis doadores e mantê-los em condições adequadas, além de consultar a família a respeito da doação, providenciando a remoção e doação dos órgãos captados.

Quando deputado distrital, em 1992, o governador Agnelo Queiroz foi autor de lei distrital que autorizou o GDF a criar a Central de Captação de Órgãos e o documento de autorização oficial de doação de órgãos da atual gestão, que vem investindo na infraestrutura dos hospitais e na logística de captação e transporte de órgãos.

Fazer de Brasília núcleo de referência em transplantes de órgãos é uma das metas da atual gestão. Somente em 2011 foram realizadas no DF, nas redes pública e privada de saúde, 419 cirurgias de córnea, rins e coração, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Outra novidade é que o Hospital Universitário de Brasília (HUB) busca, junto ao SUS, autorização para transplantar medula, dando início a um novo serviço.

Memória
No mês de janeiro, além do transplante de fígado realizado no dia 13, uma criança de apenas um ano e oito meses, que sofria de graves problemas cardíacos, foi operada com sucesso.

Já em fevereiro, foi a vez de outra criança, de dois anos, sair da fila de espera por um coração. O órgão veio de São Paulo e foi doado por um menino de dois anos e 11 meses que morreu vítima de atropelamento. A criança, que sofria de cardiomegalia (inflamação que dilata o coração) e entrou para a fila de receptores em novembro do ano passado, também foi transplantada no ICDF.

Ainda neste mês, um homem de 62 anos e uma mulher de 45 anos receberam, respectivamente, fígado e coração, doados por uma única paciente, que havia tido morte cerebral diagnosticada. Além disso, os rins da doadora foram transplantados em outras duas pacientes, no Hospital de Base.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação