Willian Marins Pereira mira no exemplo da irmã Jéssica. Como ele, a garota hoje com 20 anos passou boa parte da vida sob lonas de acampamentos de produtores rurais sem terra, à margem de estradas, sem qualquer conforto. Nem por isso, ela deixou de realizar o sonho de ingressar em uma faculdade. Está no segundo ano de pedagogia de uma faculdade particular de Planaltina, onde mora com os tios. Para pagar os estudos, ela trabalha em uma joalheria da cidade do Distrito Federal. Quando concluir o curso, será a primeira integrante de toda a família com um diploma universitário.
Aos 14 anos, Willian faz o estilo nerd. Usa óculos de grau, roupas sempre bem passadas, conversa pouco e estuda muito. ;Sei muito bem que só o estudo pode me dar uma vida melhor;, afirma, convicto, o garoto. Como todos os vizinhos estudantes do Acampamento Nova Jerusalém, ele leva uma vida dura. Acorda às 4h30 para se arrumar, tomar café e pegar a Kombi que percorre os 8km de terra e deixa o grupo à beira de uma rodovia asfaltada para pegar o ônibus da prefeitura até a Escola Municipal Cecília Meireles, no distrito de São Gabriel, onde cursa o 9; ano. Willian mora na mesma área ocupada pela família de Patrícia Vieira da Silva, na Fazenda Córrego Bonito. Mas diferentemente da menina de 16 anos, que vive sob um barraco erguido nas ruínas de um chiqueiro, Willian tem uma condição um pouco melhor, o que não quer dizer muita coisa. Como todos os integrantes das 25 famílias do acampamento, ele e seus pais não contam com água nem esgoto tratado. Dependem da água do córrego nos fundos da casa para a limpeza da casa, das roupas e a alimentação.
A reportagem completa você lê na edição impressa do Correio Braziliense desta segunda-feira (12/3).