Cidades

Após ocupar Secretaria de Agricultura, sem-terras pedem diálogo com Agnelo

Braitner Moreira
postado em 21/03/2012 12:33
Cerca de 500 agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) ocupam o prédio da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal desde o início da manhã desta quarta-feira (21/03). O grupo afirma que só deixará o local após ser atendido pelo governador Agnelo Queiroz. A água foi cortada do edifício e o secretário adjunto, Nilton Gonçalves Guimarães, informou já ter pedido a reintegração de posse junto à Procuradoria Geral do DF.

Os agricultores afirmam possuir suprimentos para, pelo menos, dois dias de manifestação. A invasão se deu de forma ordenada e começou a partir das 6h30, quando o grupo se aproveitou da entrada de um funcionário para iniciar a ocupação. As famílias que ocupam o prédio foram orientadas a evitar danos ao patrimônio da secretaria. ;É um movimento organizado para que as terras sejam destinadas a quem é da roça, não aos ;grileiros; que mandam no Distrito Federal;, disse Jéferson Getúlio de Melo, um dos líderes da ocupação.

Os líderes do movimento reivindicam a revisão da distribuição de terras no Distrito Federal.

Além do diálogo com Agnelo, o grupo espera que terras públicas que totalizam cerca de 30 mil hectares sejam repassadas a aproximadamente 2 mil famílias, em Brazlândia, Planaltina e São Sebastião. ;Há um mês fazemos manifestações, mas ainda não houve sinal de negociação por parte do governo;, informou Ariolino Ferreira da Costa, coordenador das bases sociais da Fetraf, que desconsiderou a hipótese de negociar com o secretário de Agricultura, Lúcio Valente. ;Nossa ocupação seguirá por tempo indeterminado;, afirmou Ariolino.

Nenhuma ocorrência foi registrada no local da ocupação. Duas viaturas da Polícia Militar acompanharam a movimentação e o delegado Rodrigo Bonach, titular da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), foi ao local. ;Vamos monitorar o movimento, mas, por enquanto, é uma manifestação de cunho cível, que não entrou na esfera criminal. Entramos no caso se houver crime de dano ao patrimônio público, por exemplo;, explicou o delegado-chefe.

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