Durval Barbosa, delator da Caixa de Pandora, também foi ouvido na audiência de instrução de Junior Brunelli. Segundo o ex-delegado, ele teria recebido orientação do ex-governador José Roberto Arruda para seduzir Brunelli a apoia-lo na campanha. Segundo Durval, Brunelli preferia Paulo Octávio.
O delator também afirmou que pagava mesada de, no mínimo, R$ 10 mil para o ex-deputado e, em alguns meses, chegou a pagar R$ 20 mil. "Quase toda semana Brunelli passava no meu gabinete para receber dinheiro", denunciou. Em depoimento, Durval contou que pagou a mesada do início de 2003 a dezembro de 2006, além de contribuir com "eventos religiosos".
Durante as declarações, o ex-distrital e o delator ficaram a cinco palmos de distância, mas não se olharam de frente. Brunelli chegou a fazer caretas para as afirmações de Durval.
Em resposta à pergunta do juiz Álvaro Ciarlini, que comandou a audiência, Durval afirmou que Brunelli sabia que o dinheiro repassado a ele era de propina. "Dinheiro pago em espécie pela administração pública só pode ser de propina", esclareceu.
Questionado, o ex-deputado da oração da propina não soube dizer por que a polícia encontrou um documento na casa de José Geraldo Maciel onde se lia Brunelli quatro vezes. Durval, no entanto, esclareceu que era pagamento do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT).
O delator aproveitou a oportunidade e disse que Leonardo Prudente entrava nas licitações públicas para extorquir concorrentes e cobrava 5%. Durante o relato de Durval, Prudente aguardou sua vez de ser ouvido em sala diferente.
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