Antonio Temóteo, Braitner Moreira
postado em 09/04/2012 06:59
;Para que serve o 190, então?;, questionou Kaid Sousa do Nascimento, 26 anos. O auxiliar de serviços gerais, morador de Ceilândia, tornou-se uma das vítimas mais recentes da escalada da violência no Distrito Federal. Ele e a namorada tiveram o carro levado por bandidos, por volta das 12h50 de ontem, ao estacionarem em frente à casa da mãe. Com os ovos de Páscoa em mãos e sob a ameaça de um revólver, o casal voltou para o Gol vermelho e rodou por cerca de 10 minutos antes de ser abandonado no P Norte. Kaid ligou para a PM e não conseguiu atendimento. ;Me disseram que não podiam fazer nada;, contou.O caso de Kaid é um exemplo da onda de criminalidade que tomou conta da capital federal (leia quadro abaixo). Série de homicídios, de estupros, de roubos a casa e de assaltos a comércio ocorre com frequência desde fevereiro, quando a PM deu início à Operação Tartaruga ; o movimento atrasa o atendimento das ocorrências como forma de pressionar o governo a conceder aumento salarial à Polícia Militar mais bem paga do país. O próprio secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, afirmou ontem ao Correio que sente falta de ver equipes da corporação nas ruas.