postado em 09/04/2012 11:05
Faltavam cinco minutos para as 11h da manhã deste domingo. O sol brilhava forte quando Vyviane, debaixo de um céu estrelado ; motivo do teto que enfeita o centro obstétrico do Hospital Anchieta ; ouviu choro de bebê, sinfonia que lhe trouxe de volta a maternidade. Às 10h55 do dia de Páscoa, a professora deu à luz seu terceiro filho com o marido, Marcos. Há um ano e quatro meses, eles conheceram o maior sofrimento que pais podem experimentar. Perderam seus dois meninos, João Marcos, com 7 anos, e Pedro Lucas, 3, em um trágico acidente de carro na BR-060, altura de Abadia de Goiás, no meio do caminho entre Brasília e Goiânia. A morte dos pequenos ainda é uma ferida aberta, lateja os pensamentos, angustia o coração, dói até no corpo. Mas agora a esperança de dias melhores existe: mede 48,5cm, pesa
2,85 kg e se chama Mateus.
Numa casa que durante meses virou enfermaria de pais doentes do corpo e da alma, o nascimento de Mateus promete devolver sentido para a existência de Vyviane e de Marcos Campos Moraes. Embora ainda convalescentes dos machucados que quase lhes provocaram a morte, a gravidez foi como um instinto de sobrevivência para marido e mulher. Com o impacto da batida de carro, Vyviane teve perfuração nos pulmões, estilhaçou o pé em muitos pedaços, rompeu o tendão do braço direito e fraturou a coluna, na altura da vértebra L5. Por isso, nos últimos nove meses, teve fortes dores ciáticas, sentiu muita falta de ar, perdeu o equilíbrio, a força das mãos, mas redobrou sua confiança na cura.