Cidades

Reitores da UnB eram vigiados com rédea curta para não conter o regime

Embora nomeados por militares, os primeiros dirigentes da UnB foram considerados incapazes pelos arapongas infiltrados na instituição. Assim, o governo justificou uma série de invasões à universidade nos anos de ditadura, conforme detalham documentos obtidos pelo Correio

Renato Alves
postado em 10/04/2012 07:05

Militares prendem estudantes durante ocupação do câmpus Darcy Ribeiro, em julho de 1977: repressão

Para os agentes da repressão, os primeiros reitores da Universidade de Brasília (UnB) nomeados pelos militares não tinham pulso firme para conter as ações contra a ditadura no câmpus. Mais de uma vez, os espiões pediram a troca de comando na instituição de ensino superior e foram atendidos. O Correio teve acesso a cópias dos dossiês produzidos pelos arapongas mostrando como ditavam o rumo na direção da universidade para expulsar, prender e sumir com quem lutava contra o regime de exceção.

Os documentos originais, até então inéditos, estão sob guarda do Arquivo Nacional, do Ministério da Justiça. Eles integram as 156 páginas de relatórios elaborados pelo Serviço Nacional de Informações (SNI), que traçam uma radiografia da UnB, na ótica dos informantes da ditadura. O teor do acervo tem sido tornado público pelo Correio em série de reportagens iniciada no último domingo, quando o jornal revelou que os militares continuaram a espionar a comunidade universitária durante a democracia.

Embora nomeados por militares, os primeiros dirigentes da UnB foram considerados incapazes pelos arapongas infiltrados na instituição. Assim, o governo justificou uma série de invasões à universidade nos anos de ditadura, conforme detalham documentos obtidos pelo Correio

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