Cidades

Estudante da UnB baleado na cabeça durante a ditadura ainda se recupera

Em agosto de 1968, um estudante foi baleado na cabeça durante a invasão dos militares à UnB. Waldemar Alves da Silva Filho sobreviveu, depois de ficar em coma, mas perdeu 60% da visão do olho esquerdo e tem dificuldades de raciocínio. Até hoje, busca reparação pela agressão

Renato Alves
postado em 11/04/2012 07:25

Em agosto de 1968, um estudante foi baleado na cabeça durante a invasão dos militares à UnB. Waldemar Alves da Silva Filho sobreviveu, depois de ficar em coma, mas perdeu 60% da visão do olho esquerdo e tem dificuldades de raciocínio. Até hoje, busca reparação pela agressão

Ao ouvirem a barulheira em 29 de agosto de 1968, alunos e professores deixaram as salas de aula da Universidade de Brasília (UnB) para ver o motivo da confusão. Entre eles, Waldemar Alves da Silva Filho, então com 27 anos e aluno do terceiro ano de engenharia mecânica. Logo, o jovem percebeu se tratar de mais uma invasão de militares para sufocar manifestação contra a ditadura. Mesmo não sendo um militante, ele acabou se tornando a principal vítima da repressão no câmpus naquele dia. Quando se debruçou do parapeito do andar superior do Instituto Central de Ciências (ICC), o Minhocão, uma bala de calibre .38 veio de baixo. O projétil parou em seu crânio, perto do olho esquerdo.

Passados 43 anos, Waldemar ainda busca uma reparação pela agressão e suas consequências. Não esconde a mágoa com os militares e os colegas da UnB, para onde voltou um ano após ser baleado e acabou jubilado por não conseguir acompanhar o ritmo das aulas. ;Quando estava no hospital, o presidente Costa e Silva me abraçou e garantiu que eu voltaria à UnB com todo o apoio que o governo pudesse me dar. Mas nunca tive um coordenador, um psicólogo ao meu lado. Nunca recebi o abraço de um colega, de um professor;, lembra. Após o tiro, ele ficou nove dias em coma e meses internado em dois hospitais do Rio de Janeiro. Sobreviveu, mas perdeu 60% da visão do olho esquerdo e começou a ter dificuldades de raciocínio.

Em agosto de 1968, um estudante foi baleado na cabeça durante a invasão dos militares à UnB. Waldemar Alves da Silva Filho sobreviveu, depois de ficar em coma, mas perdeu 60% da visão do olho esquerdo e tem dificuldades de raciocínio. Até hoje, busca reparação pela agressão

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação