Cidades

Sete testemunhas já foram ouvidas no julgamento de Marcelo Bauer

Luiz Calcagno
postado em 12/04/2012 13:58
Sete pessoas já foram ouvidas pelo Tribunal do Júri de Brasília nesta quinta-feira (12/4) no julgamento de Marcelo Bauer, acusado de matar a ex-namorada em 1987. Prestaram depoimento a mãe e a irmã de Thais Muniz Mendonça, vítima no caso, Ilídio da Silva e Renata Maestro, estudantes da UnB que teriam visto Marcelo se desentendendo com a vítima, Sérgio Marques, amigo do casal e a mãe e o irmão de Marcelo. O pai do réu não foi encontrado pelo Tribunal do Júri para prestar depoimento.

A mãe de Thais, Vera Mendonça, foi a primeira a ser ouvida. Ela disse que no dia do desaparecimento da filha tentou registrar ocorrência na delegacia de polícia, mas não conseguiu. Segundo ela, na ocasião os agentes disseram que desaparecimentos eram comuns e por isso não seria necessário registrar ocorrência. Vera disse ainda que no dia em que Thais sumiu, os pais de Marcelo foram até a sua residência aflitos com o dumiço da vítima. Eles foram juntos até a delegacia.

Já a irmã da vítima, Lavinea, disse que não se recorda muito do crime, pois na época tinha 14 anos e por ser ainda jovem, a família evitava envolvê-la no assunto, mas ouvia conversas dos pais dizendo que sua irmã estava sendo perseguida. Ela falou sobre a amizade que tinha com a irmã do acusado, Fabiane e lembrou em depoimento a morte da garota. Lavínea contou que elas estavam em casa cheirando éter e depois de um tempo, a irmã do réu começou a se sentir mal. Ela chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu e morreu de parada respiratória, no início de fevereiro de 1987.

Além de Vera e Lavínea, também prestaram depoimento dois ex-estudantes da UnB, que viram o desentendimento entre Marcelo e Thais. Ilídio da Silva disse que ouviu uma mulher pedindo ajuda, pois havia um homem tentando enforcar a namorada. Ele foi até o local e conseguiu impedir que a violência continuasse. A testemunha contou que viu Marcelo fugir do local em um VW Passat amarelo.

Logo depois, Renata Maestro foi ouvida no Tribunal do Júri. Ela contou que logo depois do crime foi chamada para depor e reconheceu, na delegacia, a camiseta que Marcelo estaria usando no dia do crime. Segundo a perícia da Polícia Civil, esta camiseta estava com manchas de sangue. Na sequência, foi ouvido Sérgio Marques, amigo do casal. Ele disse que recebeu uma ligação de Marcelo dizendo que a história que estava sendo divulgada pela imprensa não era 100% verdadeira e pediu para que ele fosse depor a seu favor. Sérgio chegou a questionar Marcelo se tudo aquilo era verdade e o réu teria ficado em silêncio.

Os últimos depoimentos antes do recesso do almoço, foram os da mãe e do irmão do réu. Miriam Bauer disse que não se recorda muito sobre o caso e acusou a família de Thais de não prestar o devido socorro a Fabiane, irmã de Marcelo, que morreu após um mal-estar causado depois de cheirar éter na companhia da irmã de Thais, Lavínea. Ela contou ainda que a filha não era usuária de drogas. Miriam disse que após a morte de Fabiane, o compartamento de Marcelo mudou. A testemunha contou que no dia do desaparecimento da jovem, ela e o marido estavam em um evento.

André Bauer, irmão de Marcelo, foi o último a depor antes do recesso do almoço. Ele disse também que não se recorda dos fatos, mas confirmou que a camiseta com manchas de sangue era dele e não de Marcelo. Explicou que as manchas eram consequências de um machucado feito alguns dias antes do desaparecimento de Thais. André lembrou que o irmão passou por um tratamento psicológico após a morte da irmã. E disse ter ido com a polícia até Uberlândia reconhecer o veículo do acusado. Na ocasião, ele negou que o carro fosse de Marcelo devido ao modelo do veículo e o trinco do porta-malas que eram diferentes. André lembrou também de uma arma que o irmão ganhou dois anos antes da morte da ex-namorada.

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