postado em 14/04/2012 10:28
A abertura da 1; Bienal Brasil do Livro e da Leitura, na Esplanada dos Ministérios, começou tensa e barulhenta, com atrasos no início da programação e protestos do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), em greve há 34 dias. Por volta das 10h deste sábado, cerca de 350 grevistas entraram no evento com faixas, bandeiras e apitos e lotaram o auditório Nelson Rodrigues, escolhido para abrigar a abertura. Acampados perto do Palácio do Buriti, eles devem continuar paralisados até terça-feira. Os professores não deram trégua e bradaram gritos de protestos contra o Governo do Distrito Federal durante toda a cerimônia. Só interromperam a revolta quando Wole Soyinka, nigeriano vencedor do Nobel de Literatura (1986) e um dos homenageados da Bienal ao lado de Ziraldo, teve sua vez ao microfone. "Estou impressionado com a animação deste aqui. Nunca pensei que livros pudessem provocar tanta alegria e militância", disse, ovacionado pela plateia, composta tanto de convidados e visitantes quanto de grevistas, a maioria deles em pé, ocupando os corredores.
Thaís Romanelli, membro da direção do Sinpro, disse que a Bienal serviu de local estratégico para o movimento dos professores. "Isso (a Bienal) está sendo feito sem que os professores estejam em sala de aula. Estamos aqui para dizer que o governo não tem competência com a educação", comentou. O secretário de Cultura Hamilton Pereira, único representante do GDF presente no auditório, foi recebido com as reclamações mais fortes e ruidosas: os professores deram as costas para o palco e, em coro, urraram contra o governo.